Essa é uma das minhas anomalias literárias: um livro que
e cai nas mãos e é lido a despeito de ser uma sequência e de eu não ter lido a
história original. Trata-se de um livro de segunda mão, que me foi entregue
juntamente a outros tantos no final de 2013 e que só agora eu tive tempo de
ler.
O livro se passa no Alasca e narra o cotidiano dos Inuit (eles preferem ser chamados de Inuit, que significa "Os Homens", ao invés de esquimós, cujo significado é "que come carne crua"), verdadeiros ‘índios do gelo’, cuja cultura rudimentar
passa de geração para geração sem alterações significativas. Talvez ironicamente, eles não são nem nunca foram escravos de ninguém, mas o são de
seu próprio habitat, levando uma vida de caçadores nômades, com todas as suas
atividades essencialmente vinculadas ao mais puro instinto de conservação.
É necessária uma ressalva: o livro é de 1973, logo, é
anterior (a várias inovações tecnológicas, das quais é símbolo) a internet,
assim, me pergunto qual a profundidade das mudanças que alcançaram o ártico.
Alguém sabe de algum livro que possa lançar luz à cultura inuit de hoje? Porque
o livro todo passa a ideia de uma sociedade muito primitiva; talvez o exemplo
máximo seja o primeiro parágrafo:
“Pela primeira vez em que Vivi se recusou a sorrir para
ele, Papik se deu conta de que ela havia concebido, embora nenhum deles
soubesse por que a gravidez levava as mulheres de sua raça, como os animais da
selva, a esconder do macho os dentes e as unhas: para garantir a segurança do
filho que estava por vir”
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