sábado, 28 de março de 2015

O Mistério Sittafor - Agatha Christie


Agatha Christie está sempre entre os meus preferidos. Desde 2009, quando li pela primeira vez um de seus romances — Assassinato no Expresso do Oriente, como quase todo iniciante! — e me apaixonei indelevelmente, tenho sempre à mão um novo crime pra solucionar. De lá pra cá, já li cerca de 40 livros assinados pela Rainha do Crime, e ainda tenho o conforto de saber que ainda tenho mais o mesmo tanto pra ler pela frente, já que a autora foi uma das mais profícuas da literatura.
Raramente me desencanto com uma aventura imaginada por Agatha, mas procuro escrever pouco sobre seus livros, pois, dado o meu encanto, as postagens tendem a ser muito parecidas. Entretanto, numa mostra do carinho que eu tenho pela autora, há alguns anos, dei seu nome a uma de minhas gatas.
Uma das características que mais me chama a atenção nos livros da Agatha é sua descrição do ambiente e do clima, típicos de seu tempo (primeira metade do século XX, em pequenas cidades da Inglaterra). Geralmente nos primeiro capítulos, ela se dedica especialmente a nos localizar em sua criação. Nesse livro, especificamente, a trama se passa em Sittaford, um pequeno vilarejo em Devonshire (muitos de seus livros se passam em Devonshire, no sul da Inglaterra, por ser a região natal da grande escritora), basicamente constituído pela mansão Sittaford, construída pelo Capitão Trevelyan, seis chalés, também construídos e vendido pelo capitão, três cabanas uma ferraria, uma confeitaria e um posto de correio.
Em uma pacata noite de inverno, em que uma nevasca particularmente generosa se abate sobre a região, um pequeno grupo de amigos se reúne na mansão Sittaford para passar o tempo com alguns jogos inofensivos. A certo ponto da noite, é proposto um jogo de mesa-girante, um jogo em que se tenta a comunicação com espíritos.
Embora muitos dos envolvidos alegam desacreditar, quando a mesa sugere que um assassinato ocorrera, o bom clima acaba. Pior ainda fica o desconforto, quando o Capitão Trevelyan é encontrado assassinado, com hora da morte coerente com o indicado pelo jogo paranormal.

sábado, 21 de março de 2015

Pensão Eva - Andrea Camilleri

Ganhei, há pouco tempo, alguns livros do prolífico autor italiano Andrea Camilleri, e comecei a ler Pensão Eva sem a menor pretensão, mas acabei me surpreendendo amarrado à narrativa.
A Pensão Eva era uma casa de divertimento masculino nos anos 1930, em Vigàta, na Itália. Segundo o autor, a pensão realmente existiu, mas, embora ele tenha dado ao personagem principal seu apelido de infância, o livro não chega a ser autobiográfico.
Na história, Nenè, um garoto de 12 anos, descobre junto com os amigos o que acontece na enigmática Pensão Eva, que só é freqüentada pelos homens da cidade, sendo as únicas mulheres no recinto as que trabalham lá.
Eles também sabiam que o lugar era muito querido pelos freqüentadores, mas pouco mencionado pela cidade, que as mulheres evitavam o assunto, mas que os adolescentes não o tiravam da cabeça.
Nenè aprende a vida adulta entre as paredes da pensão. Segundo o autor, é lá que ele vai sentir, pela primeira vez, o perfume de canela, noz-moscada e laranja das meninas.
Entretanto, há mais no livro do que as primeiras experiências de um garoto em um bordel. O plano de fundo é a Segunda Guerra que se avizinha, o fascismo que se ergue, a turbulência que se anuncia.

O fato é que Camilleri é um grande escritor. Outra obra sua que eu recomendo, embora não vá postar aqui, é Por uma Linha Telefônica, ambientado na mesma região da Itália, mas com um contexto diferente, com um estilo narrativo muito diverso (trata-se de um romance epistolar), porém com a mesma qualidade.

sábado, 14 de março de 2015

O Complô - Heather Grahan

Com descrições longas, porém ricas — que, caso você tenha paciência o suficiente, te ambientam muito bem no cenário da história, um ilha próxima à Miami — e personagens complexos e soturnos, Heather Grahan constrói um thriller policial ambíguo, ora magistral, ora sacal.
Trata-se de um dos livro que eu ganho e que de outra maneira não leria, pois a sinopse não me atrai. Trata-se da história do misterioso desaparecimento de Sheila Warre. Na verdade, a princípio, ninguém ficou surpreso, dado seu envolvimento com drogas, prostituição e canalhas de um modo geral; mas sua amiga Kelsey Cunningham não se resigna e decide iniciar uma investigação por conta própria. A única pessoa que pode lhe fornecer informações seguras é o detetive Dane Whitelaw, ex-amante de Sheila e um homem por quem Kelsey já fora apaixonada.
Whitelaw e as moças foram amigos na infância, e juntamento com outros envolvidos na história formavam um círculo bem fechado de amigos. Embora todos pretendessem permanecer na ilha pra sempre, o destino os separa e só os reúne tempos depois, na lúgubre ocorrência do desaparecimento de Sheila. De volta ao lar, Whitelaw é um detetive particular, está afundado em amarguras e quando é procurado por Kelsey, tenta dissuadi-la, embora seja o único que sabe que Sheila está morta.

O maior defeito, pra mim, está na narração da confusão mental dos personagens. A autora conduz-nos pelos pensamentos de suas criações de modo caótico e confuso. Outros autores também revelam a confusão mental em suas tramas, porém, de modo mais eficaz, como, por exemplo, J. K. Rowling, que prefere narrar de modo organizado e fluído a confusão de seus personagens, passando a noção do quão confuso um problema os deixou, sem nos confundir também; ou Stephen King, que crua narrativas tresloucadas sobre a insanidade, sem nos levar a um estado semelhante.

quinta-feira, 12 de março de 2015

Relendo Trilogia Millennium


No último final de semana, eu estava na minha biblioteca nova, na rede lendo um livro e relaxando quando, passando os olhos por minhas estantes, avistei os livros da trilogia Millennium.

Na hora me lembrei das emoções da leitura, em 2010 e da releitura em 2012. Fiquei com vontade de ler pela terceira vez, mas deixei quieto, por causa do tanto de livro que eu tenho esperando pra ser lido. Mas não teve jeito, nos dias seguintes só fiz pensar sobre a série e em quando poderia relê-los. Acabei sedendo.
Me entrego, então, nos próximos dias às aventuras de Mikael Blomkvist, à sensual misantropia de Lisbeth Salander, ao mistério da família Vanger, às gélidas paisagens suecas (que amenizam esse terrível verão tropical), à narrativa incomparável e á trama originalíssima de Stieg Larsson.

sábado, 7 de março de 2015

House of Night: Revelada - P.C. Cast e Kristin Cast


Comecei a ler Morada da Noite em 2009, lembro-me de ter achado o máximo a ideia de misturar o mito dos vampiros com a cultura pagã. Nesses seis anos, fui me desencantando um pouco com a série. Achei os livros repetitivos, a trama enrolada e a narrativa fatigante. Penso que as autoras estenderam demais a história, pra mim os doze livro pretendidos pela série podiam ser apenas sete.
Feita a crítica, tenho que dizer que hesitem um pouco em comprar esse livro, só me decidi mesmo porque é o de número onze, ou seja, só falta mais um.
De um modo geral, é um bom livro. Começamos a história com os novatos tentando reerguer e aproximar a Morada da Noite da comunidade humana de Tulsa. Neferet fora parcialmente derrotada: depois que seus aliados se voltaram contra ela, e de ela ter sido arremessada de sua cobertura, porém, seu espírito, alimentado pelas trevas, continua rondando, se fortalecendo, tentando se restabelecer. Ela faz um ataque e causa a morte de Erin e do prefeito de Tulsa, pai de Afrodite.
Os capítulos se alternam, mostrando os procedimentos para tentar capturar Neferet e flashbacks de seu passado, através dos quais, nós vemos sua progressão de garota humana frágil e traumatizada à sacerdotisa das trevas. Acompanhamos como ela foi tentada gradativamente pelo lado negro, cedendo aos poucos às suas ambições e à sede de vingança.

A tradução do último livro da série deve sair ainda esse ano, então, em breve eu devo postar algo sobre ele.

segunda-feira, 2 de março de 2015

Construção biblioteca

Eu já vinha reclamando da falta de espaço para meus livros há anos. Até então, eles ficavam em estantes de madeira no meu quarto.
Ai, no final de 2013 a situação ficou insustentável. Não havia mais espaço e os livros já estavam todos virados. Mal dava pra saber onde estava cada um.
Então, durante 2014 eu poupei a cada mês um pouco de dinheiro, pra poder fazer uma obra aqui, e transformar um cômodo em biblioteca.
Construí 16 estantes de ardósia para acomodar minha coleção.

Foi, praticamente, janeiro inteiro pra obra ficar pronta, desde o corte das pedras, á instalação dos vidros, passando pelo serviço de pedreiro e pela pintura, que eu mesmo fiz.
No fim, ficou perfeito, couberam todos os meus 800 livros e ainda sobrou espaço pra ampliar a coleção!