sábado, 29 de outubro de 2016

Confie em Mim - Harlan Coben

Um belo dia Mike e Tia Baye resolvem instalar no computador de seu filho um programa espião que envia periodicamente um relatório com todos os sites que ele visita, todas as conversas que tem e todas as pessoas com as quais se relaciona. Nesse mesmo momento, uma mulher é encontrada assassinada à pancadas, com o rosto todo desfigurado.
Como relacionar o crime com o drama familiar? A mente genial de Coben tem a resposta.
A família Baye é uma família feliz, ele é médico e ela advogada, os filhos, Adam e Jill, têm 16 e 11 anos, e são boas crianças. Mas ultimamente Adam começou a apresentar um comportamento estranho, arredio e tristonho, após o suicídio de um dos seus melhores amigos.
A narrativa se divide em focos narrativos, alternando Mike, Tia, Jill, o assassino, a detetive Muse, encarregada de investigar o caso, e outros personagens menores. A história narrada se passa sem cerca de vinte e quatro horas, pouco tempo depois de os Baye começarem a monitorar seu filho mais velho.
A partir dessa escolha polêmica, eles descobrem indícios que o filho pode estar usando drogas, andando em companhias perigosas e frequentando lugares "barra pesada". Desse modo, o autor nos propõe a reflexão sobre a necessidade dos jovens de liberdade, a tendência dos pais de vigiarem e a responsabilidade que eles têm sobre a seguranças de seus filhos.
Mike e Tia são sugados para uma sequência de eventos violentos e a preocupação com seus filhos cresce à medida que eles mesmos são expostos à bandidos armados, uma gangue de adolescentes, traficantes abusados, outros pais desesperados e a agentes da lei truculentos e desconfiados.

sábado, 22 de outubro de 2016

Um Punhado de Centeio - Agatha Christie


Agatha escreveu mais de setenta romances, mais de 150 contos e quase vinte peças de teatro, conseguindo o feito de ser reconhecida internacionalmente como romancista e dramaturga. Nas suas histórias, umas das personagens recorrentes é a adorável velhinha xereta Miss Marple, especialista em comportamento humano que desvendas crimes e mistérios com base na observação e reflexão. Está é uma de suas histórias.
Tudo começa em Londres, um cenário pouco habitual para as histórias de Agatha e onde não esperamos encontrar Miss Marple, muito menos em um prédio de escritórios onde um empresário escroque é assassinado.
Rex Fortescue passa mal depois de tomar chá em seu escritório. Depois de uma comoção entre as secretárias e as datilógrafas, ele é encaminhado ao hospital e falece, vitimado por um veneno improvável, a taxina, encontradas nas frutinhas e folhas de teixo, árvore que dá nome à propriedade da família Fortescue, o Chalé do Teixo, e que pode ser encontrada em abundância no jardim do falecido.
O inspetor Neele é chamada para cobrir a ocorrência e é através dele que conhecemos a excêntrica família aristocrática.
O falecido era pai de dois rapazes e uma jovem moça, sendo um dos rapazes casados e residente no Chalé do Teixo, e, o outro brigado com a família, mora na África. Ou melhor, morava, pois havia sido recentemente chamado de volta ao lar pelo pai.
Também moram no chalé a nova senhora Fortescue, segunda esposa de Rex e trinta anos mais jovem, e a irmã da primeira senhora Fortescue, tia Effie, aparentemente louca e fanática religiosa.
Miss Marple só aparece depois da metade do livro, depois de mais duas vítimas serem feitas, uma delas, uma jovem menina que fora sua protegida na infância, mas como sempre, ela traz um ponto de vista inesperado.

sábado, 15 de outubro de 2016

O Homem do Castelo Alto - Philipe K. Dick

Estou em uma cruzada pela ficção científica (na verdade não só por esse gênero, como também por ficção histórica, Stephen King e Agatha Christie) já ha algum tempo, e venho procurando livros e autores que se destacaram com esse tipo de livro. Desse modo, ando lendo Isaac Asimov, Arthur Clarke, Greg Bear, H. G. Wells e outros. Diferentemente do padrão, O Homem do Castelo Alto entrou na minha lista não por indicação (de outro leitor ou livro), mas por causa da adaptação da história em uma série de TV. Procurando mais sobre a série, encontrei uma espécie de currículo literário do autor, e me interessei muito por sua obra. Entre as dezenas de romances e contos que ele deixou, várias histórias já viraram sucesso no cinema — como Blade Runner, Minority Report e O Vingador do Futuro.
O livro se passa na década de 1960 em uma realidade alternativa em que os países do Eixo venceram a segunda guerra mundial, assim no período da Guerra Fria a tensão não é entre os Estados Unidos e a União Soviética, mas entre a Alemanha e o Japão, que depois de vencer a guerra se colocaram em cantos opostos do ringue e dividiram o mundo como seus domínios. Em de de a Alemanha ter sido divida entre comunista e capitalista, os Estados Unidos é que foram separados em dois países, um sob domínio nipônico e outro como parte do grande Reich nazista.
Existem outras mudanças que vão sendo apresentadas à medida que a história avança: os negros são escravos novamente, a África foi destruída por alguma experiência nazista que não saiu como programada, os judeus foram quase totalmente exterminados, os que restaram se escondem e vivem como podem. A corrida espacial está muito mais avançada, já existem sondas nazistas em Marte e a filosofia do I Ching é onipresente.
Dentro da história há uma ficção paralela. Um livro, O Gafanhoto Torna-se Pesado, circula entre todos os núcleos de personagens, trata-se de uma história sobre uma realidade alternativa em que o resultado da guerra fora oposto, de modo a confrontar todos os paradigmas estipulados em O Homem do Castelo Alto, se aproximado, mais ou menos, da nossa realidade.
A ideia original e a narrativa peculiar tornam esta leitura indispensável.

sábado, 8 de outubro de 2016

Scorpia Rising - Anthony Horowitz

O livro Scorpia Rising caiu nas minhas mão por acaso. Se trata do livro final da série sobre o adolescente espião Alex Rider, e eu o li não tanto pela história, mas pelo idioma; isso porque o livro não foi traduzido no Brasil, e minha tia avó me deu depois que minha prima se mudou e o deixou para trás. Como eu não queria deixar o inglês enferrujar na minha cabeça, tratei de lê-lo, e acabei me surpreendendo com uma boa história de espionagem, embora direcionada para adolescentes.
Na história, um organização criminosa internacional fundada por ex-espiões de vários países, Scorpia (acrônimo em inglês para os lemas da organização: Sabotagem, Corrupção, Inteligência e Assassinato), é contatada por um milionário grego padecendo de câncer terminal para restituir à Grécia uma escultura que teria sido roubada duzentos anos antes e era mantida no Museus Britânico, a despeito dos incessantes pedidos gregos de devolução.
Os chefões da Scorpia decidem cumprir a tarefa de modo a se vingar no percurso do jovem espião Alex Rider, um menino que acaba de completar 15 anos e já derrotou a organização por duas vezes. 
Para isso eles montam um esquema para por fim à vida de Alex, satisfazer o milionário moribundo e ainda envergonhar, humilhar e desacreditar o governo e o povo britânico. A ferramenta escolhida para a missão é o jovem Julius Grief, um clone humano treinado abater Alex, tendo inclusive passado por cirurgias plásticas para se parecer exatamente como seu alvo.
Alex, por outro lado, está colocando sua vida de volta ao normal. Depois de passar um período fazendo um trabalho que não gosta como espião para o governo, ele tenta voltar a ser um adolescente normal, inclusive mantendo um namora a distancia. O problema recomeça quando uma de suas aulas é interrompida por um agente da Scorpia atirando nele e em seus colegas.
Ele não tem escolha, a não ser voltar ao serviço de sua majestade.

sábado, 1 de outubro de 2016

O Ladrão do Tempo - John Boyne


John Boyne é daqueles autores que não passam em branco. Seus romances históricos, completos, divertidos e surpreendentes são garantia de boas horas de leitura. Meu preferido é O Palácio de Inverno, mas O Garoto no Convés está no mesmo nível do badalado O Menino do Pijama Listrado. É daqueles escritores que merecem o dinheiro que ganham com literatura.
Seu romance de estreia, O Ladrão do Tempo, só foi publicado no brasil em 2014, catorze anos depois da publicação original, e já antecipava claramente o potencial do autor.
Matthieu Zéla é um homem de duzentos e cinquenta anos que vive em Londres e nos conta sua longa história de vida. Nascido em Paris, sob a dinastia Bourbon, ele testemunha o assassinato da própria mãe tem de deixar o país levando consigo o irmão caçula.pela rota Calais-Dover, ele chega a Londres.
A pesar de iniciar sua vida profissional como um batedor de carteiras, Matthieu, exerce muitas atividades, em seus dois séculos de vida, acumulando muito dinheiro, experiências e mulheres.
Ao contrário dele, seu irmão morre jovem, deixando um sobrinho por nascer, que também morrerá jovem, deixando um sobrinho neto, que seguirá a tradição de família... e assim por nove gerações de Tomas, Thomas, Thoms e Thomys, todos vivendo e morrendo á sombra do tio Matt.
Matthieu também tem um histórico trágico com as mulheres, tendo se casado dezenove vezes, conhecido centenas de amantes, sem nunca conhecer um amor como o de Dominique, a jovem francesa que faz com ela a viagem de Calais até Dover.
Boyne constrói uma narrativa histórica viva e empolgante, mistura personagens celebres ficcionais, e cria um romance que o representa como grande autor.