Do alto da torre quadrada
da casa de En Joan Miró
o campo de Tarragona
é mapa de uma só cor.
É a terra de Catalunha
terra de verdes antigos,
penteada de avelã
oliveiras, vinha, trigo.
No campo de Tarragona
dá-se sem guardar desvãos:
como planta de engenheiro
ou sala de cirurgião.
No campo de Tarragona
(campo ou mapa o que se vê)
a face da Catalunha
é mais clássica de ler.
Podeis decifrar as vilas,
constelação matemática,
que o sol vai acendendo
por sobre o verde de mapa.
Podeis lê-las na planície
como em uma carta geográfica,
com seus volumes que ao sol
têm agudeza de lâmina,
podeis vê-las, recortadas,
com as torres oitavadas
de suas igrejas pardas,
igrejas, mas calculadas.
Girando-se sobre mapa,
desdobrado pelo chão
ao pé da torre quadrada,
se avista o mar catalão.
É mar também sem mistério,
é mar de medidas ondas,
a prolongar o humanismo
do campo de Tarragona.
Foram águas tão lavradas
quanto os campos catalães.
Mas poucas velas trabalham,
hoje, mar de tantas cãs.
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