Se o livro não fosse excelente, só o nome já me conquistaria. Detesto esse modismo pesudomoralista, intransigente e hipócrita do Politicamente Correto. Essa armadilha só faz cunhar eufemismos para mascarar o preconceito das pessoas.
No Politicamente Correto, Negro é Afrodescendente [eu sou branco, mas descendo de africanos. Onde me enquadro?], Cego/Surdo é Portador de Deficiência Visual/Auditiva (portador?! Quer dizer que dá pra deixar de portar?). E se me chamar de obeso, apanha! Eu sou é gordo!!!
Mas faço uma ressalva (em nome de meus amigos historiadores): Narloch não é historiador, é jornalista.
Entretanto, ele tem o meu perdão. Esse livro é uma bem-vinda alternativa às tradicionais publicações historiográficas (livros didáticos), sempre maculadas pela ideologia de esquerda e pelos discursos marxistas, prontos a condenar as elites (entendidas como fonte de todo o mal, e blá blá blá).
O próprio Narloch diz que traz os erros das vítimas e dos heróis da bondade e as virtudes dos considerados vilões. E é por aí. Ele ajuda a desconstruir os estereótipos que colocam os seres históricos como criaturas absolutas, totalmente boas ou totalmente más. Isso não existe!
Entre suas afirmações (acompanhadas das respectivas fontes e respaldos na historiografia) estão:
Quem mais matou índios foram os índios, em suas guerras tribais. Isso fica óbvio se lembramos que os Tupi Guarani sempre são lembrados como um povo guerreiro.
Zumbi (dos Palmares) tinha escravos, como também os tinham os povos na África e os alforriados no Brasil.
Antes de entrar em guerra o Paraguai era um país rural e burocrático, dominado por um louco egocêntrico, Solano López, que só fora 'endeusado' pelos esquerdistas décadas depois, sendo transformado de tirano e pária nacional a herói da resistência contra o imperialismo (um argumento vazio, que ao lado de "a culpa é da elite" reina no discursos dessa gente).
Santos Dumont não inventou o avião, e aqui ele põe por terra vários mitos nacionalista sobre o inventor, sem deixar de dar créditos no que ele realmente merece.
O autor ainda revela (o que hoje consideramos) falhas nas índoles de alguns de nossos escritores, como Machado de Assis, que teria sido um dos mais ferrenhos censores do Império (isso mesmo, ele apoiava a censura); e Euclides da Cunha, que teria tentado assassinar o amante da esposa depois de matar-lhe o filho bastardo.
E, como não poderia deixar de ser, há um capítulo dedicado aos nossos Comunistas (trapalhões), onde o autor revela confusões e gafes de Luís Carlos Prestes, um personagem que seria hilário ou digno de pena se não fosse uma vergonha nacional!
Muito me agrada ver essa 'tomatada' na facção marxista de historiografia. Que venham mais e mais!
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