sábado, 11 de junho de 2016

Anna Kariênina - Liev Tolstói


"Todas as famílias felizes se parecem, cada família infeliz é infeliz à sua maneira."
Esta é uma das aberturas de livro mais famosas de todas. A história que a segue também é bem conhecida, embora poucos a tenham lido.
Os romances russos têm fama de terem infindáveis personagens, esta não foge à regra. A edição que eu tenho vem com uma lista de mais de 200 personagens, sendo oito os centrais e dois os principais. Há que se fazer justiça, pois a trama é rica e coesa, amarrando bem as histórias dos personagens; sem contar que há espaço nas mais de oitocentas páginas para tanta história.
Falando no número de páginas, me chamou a atenção que se passam mais de setenta até que entrasse em cena a personagem que dá nome ao livro.

A famosa abertura se refere ao livro todo, mas no primeiro capítulo, ela se refere a Stiepan Arcáditch Oblónski um nobre moscovita semifalido. Stiepan Arcáditch é, como muitos dos nobres da Rússia Czarista, funcionário público, tendo conseguido seu cargo por indicação; ele também é uma celebridade em Moscou, conhecido por todos, parente da maioria da fina nata da sociedade; mais de uma vez o autor descreve cenas em que o personagem é recebido por sorrisos e cumprimentos efusivos de todos, onde quer que vá. Ele só está em maus lençóis em casa, onde sua esposa, Dária (Dolly) Aleksandróvna, acaba de descobrir sua infidelidade com a governanta.
Em meio a toda essa confusão conjugal, Anna Arcádievna Kariênina, irmã de Stiepan, chega de São Petersburgo para visitar a família do irmão. Sua chega é providencial, pois ela vem para acalmar a cunhada e convencê-la a voltar a conversar com o marido.
Ainda antes de voltar para casa, Anna frequenta a casa dos pais de Dolly, os Cherbátsky, onde fica muito amiga de Kitty, as irmã mais nova da cunhada. De carona com os dramas de Kitty, vemos a trama se adensar: ela é uma jovem casadoura, e, portanto, vive cercada de pretendentes, entre os quais se destacam Konstantin Liévin e o conde Vrónsky. O primeiro, embora dono de boa parte do afeto da jovem Kitty tem seu pedido de casamento rejeitado porque ela se sentia mais atraída pelo conde, e acreditava que este também lhe proporia em breve.
Acontece que Anna, inconscientemente atrapalha os planos da jovem concunhada, atraindo para si as atenções do conde. Com isso, ela que viera resolver um conflito matrimonial acaba sendo dragada para outro, pois acaba correspondendo às atenções de Vrónski, a despeito do casamento seguro, convencional e confortável.
A partir daí, o livro processe, dividido em oito parte, acompanhando a vida de seus personagens, tendo como foco ora o caso entre Anna e Vrónski, ora a relação de Liévin com Kitty.

Esse livro é um exemplo perfeito dos clássicos da literatura: de alta qualidade, mas denso. Ou seja, não é aconselhável para qualquer leitor, há que se ter uma certa bagagem literária.
Eu particularmente adorei a leitura, mesmo tendo arrastado-a por semanas.

2 comentários:

  1. Uau....tenho que ler esse livro e estou vendo que é diferente do filme que assisti....
    Excelente resumo...bjs e tudo de bom
    P.s.: tem outro blog muito parecido com o seu....a diferença é um a...

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    1. Uma leitura tão recomendada que se torna necessária.

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