Disse uma vez o grande estadista: "O período ditatorial tem sido útil, permitindo a realização de certas medidas salvadoras, de difícil ou tardia execução dentro da órbita legal. A maior parte das reformas iniciadas e concluídas não poderia ser feita em um regime em que predominasse o interesse das conveniências políticas e das injunções partidárias".
E é essa a frase escolhida pelo autor como epígrafe para esse segundo volume da trilogia biográfica sobre Getúlio Vargas, livro dedicado ao período de quinze anos em que Getúlio exerceu poderes ditatoriais.
No livro anterior, Neto revela o caminho até o poder, em um golpe de estado, uma revolução que instaura o Governo Provisório, em que foram dissolvidas as câmaras legislativas e destituídos os governadores e prefeitos.
Nesses primeiros anos de Governo Provisório, Getúlio enfrentou muita crítica da oposição e da imprensa, teve de lidar com correligionários beligerantes e com as revoltas em seu estado natal, Rio Grande do Sul, e em São Paulo, terra de Washintgnon Luis, presidente deposto pelo golpe getulista.
Também nesse período, ele deu mostras de sua brutalidade no trato com a oposição e de seu populismo, que lhe garantia o apoio popular. Tem destaque nesses primeiros anos, a conquista voto feminino, garantida universalmente por Getúlio no Brasil antes de ocorrer em países "avançados", como a França.
Sua popularidade e sua força política lhe garantiram a eleição constitucional para presidente. Getúlio não poderia deixar de aproveitar o ensejo e, gradativamente, enrijecer e consolidar o regime que conduziria ao Estado Novo, uma ditadura violenta, mas que obteve altos índices em indicadores sócio-econômicos. Um paradoxo brasileiro.
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