Esse livro desfaz dois esteriótipos, o dos Estados Unidos como um país intensamente urbanizado, moderno, a terra do progresso, e de que John Grisham só escreve sobre advogados.
A Casa Pintada é a história de Lucas Chandler, um garoto de sete anos do Arkansas. A história, que remete à infância do autor, se passa na década de 1950, em uma fazenda de algodão. A família Chandler arrenda a terra de um rico latifundiário para sua plantação de algodão, para sua moradia e alguma plantação de subsistência.
Pelos olhos de Luke, e sua compreensão ingênua de criança, conhecemos o dia a dia de uma família humilde, formada pelos avós e pais de Luke, por ele mesmo e por um tio que está na guerra da Coreia.
Luke, embora jovem, já participa da lida com a terra, desde o preparo, ao plantio e à colheita da safra de algodão. Ele descreve como era dura a tarefa de colher o algodão manualmente, sob o sol forte, durante todo o dia. Ele também revela a relação com os trabalhadores contratados especificamente para o período de colheita, quando o esforço da família não era suficiente para todo o trabalho, e eles precisavam contratar imigrantes mexicanos e habitantes de outras cidades.
Vemos como Luke apreende o mundo, através do rigor e da religiosidade de uma família de batistas; como ele passa a conhecer o mundo e perde parte de sua inocência; como ele enfrenta a desilusão, a pobreza, a violência e o medo.
Grisham é um grande escritor contemporâneo, muito respeitado por outros escritores e querido pelo público, dos quatro livros dele que li até agora, só não gostei de um, mas continuo curioso para ler outros, como o clássico A Firma, um dos primeiros sucessos do autor, e que também foi adaptada para um ótimo seriado homônimo.
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