Isaac Asimov foi um dos grandes nomes que ajudaram a consolidar a ficção científica como um gênero respeitável no século XX — ao lado de Arthur Clarke, Philip K. Dick e H. G. Wells (que publicou seus clássicos ficção científica nos últimos anos do século XIX, mas influenciou muito o que se escreveu nas décadas seguintes). Suas histórias de expansão espacial e suas três leis da robótica fazem parte do imaginário popular e estão sempre presentes no gênero, nas obras que o sucederam.
Uma das características que mais me admira na obra dele, além da simplicidade de ir direto ao ponto, é a imaginatividade que misturou inteligência artificial, astronomia e política antes da era da internet, e continua atual.
Na década de 1980, Asimov já escrevia sobre o colapso da Terra, não por guerras e pragas, mas por degradação da natureza. Também é marcante, neste e em outros livros seus, a péssima estima (ou até fé) que ele tinha pela sociedade humana, pela cultura humana, tal qual a conhecia.
Em Nêmesis, o autor nos leva a um futuro em que o homem superpovoou nosso planeta até não poder mais; ainda não encontrou outros planetas habitáveis para migrar, mas desenvolveu tecnologias capazes de sustentar a vida humana em bolhas espaciais, super naves que orbitam os planetas no nosso sistema solar, livrando a Terra de parte da população.
As colônias, entretanto, também já estão saturadas. Sem possibilidade de manutenção do sistema vigente, a sociedade começa a lançar olhos para os planetas que orbitam outras estrelas além do Sol.
Nêmesis seria uma dessas estrelas, desconhecida pela maior parte dos astrônomos, seria uma estrela irmã ao nosso sol, mais próxima de nós, e é a escolhida para ser a primeira a receber uma das colônias.
A partir desse roteiro, Asimov constrói uma história sobre lutas, tecnologia, psicologia, espionagem, guerra e amor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário