sábado, 30 de janeiro de 2016

Os Corvos de Hollywood - Joseph Wambaugh

Outros dos livros que só li porque me puseram nas mãos.
Aparentemente o autor é bem sucedido no mercado americano, embora, por estar longe de seu contexto, alcance pouca abrangência com o público brasileiro.
Segundo o autor, os Corvos de Hollywood são policiais responsáveis por pequenas ocorrências e problemas cotidianos. Neste livro, ele conta a história de dois de seus integrantes, os recém-chegados Nate Weiss e Ronnie Sincair. Os dois oficiais vêm de outra divisão, e estão acostumados a grandes crimes, mas resolvem mudar de ares.
A relativa calmaria do novo trabalho é quebrada quando Nate se vê envolvido com a sedutora e perigosa Margot Aziz, ex-esposa do rico empresário árabe Ali Aziz. 
Nate desconfia que está se tornando parte de um golpe ligado ao processo de separação do casal de magnatas. O grande enredo é como essa desconfiança enreda todos os corvos.

Embora eu goste muito de romances policiais, este se enquadra na categoria que eu menos admiro, os romances noir, ou melhor, uma releitura do estilo noir, que aborda os detetives como membros ordinários da sociedade, mas faz uma leitura muito localizada de sociedade. Nesses livros, o contexto é quase sempre o mais violento que os autores conseguem encontrar, os guetos e favelas mais violentos das grandes metrópoles; em contrapartida, os romances policiais verdadeiros abordam o mundo de uma forma muito mais generosa, como os de Agahta Christie, em que o crime geralmente ocorre em um vilarejo interiorano, ou os de Sherlock Holmes, que embora ocorram em Londres, não se restringem aos cantos mais sujos e abandonados, ou mesmo os thrillers médicos de Robin Cook ou jurídicos de John Grisham, em que médicos e advogados são os investigadores, e geralmente se situam em grandes centros, lidando com casos graves e, as vezes, violentos, mas com um senso de pureza maior.
Pra mim esses romance noir tentam abordar a periferia e forçá-la nossas vidas a dentro, tentando vender uma imagem que politicamente correta de que a periferia também faz parte da cidade, mas acabam mesmo é repetindo vezes sem conta o pior que tem a ser mostrado desses lugares.

sábado, 23 de janeiro de 2016

Vampiros em Nova York - Scott Westerfeld


Já falei aqui sobre Scott Westerfeld e sua bem sucedida incursão na ficção científica contemporânea. Há alguns meses li outra série de livros do autor, Vampiros em Nova York, e, embora tenha adorado, não escrevi nada a respeito no momento. Recentemente, assistindo à série The Strain, da FX, encontrei uma grande semelhança entre os enredos (lendo sobre a série, descobri que ela foi adaptada de uma trilogia literária).  Movido por essa correlação, tive vontade de postar esse texto.
Trata-se de uma releitura da conhecida lenda do vampiro, que seria causado por um parasita que controla o comportamento do hospedeiro. A história se divide em dois livros: Os Primeiros Dias e Os Últimos Dias.
No primeiro livro, conhecemos Cal Thompson, um universitário como outro qualquer, que, depois passar a noite com uma desconhecida misteriosa, desenvolve habilidades pitorescas, como visão noturna, olfato aguçado, força e agilidade fora do comum.
Ele foi infectado com um parasita que deveria transformá-lo em um peep, gíria que o autor desenvolver em sua versão para a palavra vampiro.
Ao longo do livro os capítulos sobre as aventuras de Cal são alternados com capítulos curtos que contam sobre outros parasitas, reais, que interferem no comportamento de seus hospedeiro. (esse fato me chamou muito a atenção por sua potencialidade de promover a interdisciplinaridade em ambiente escolar entre literatura e ciência)
No segundo livro, a narrativa ocorre em um futuro próximo em relação ao seu antecessor. A história começa com as coisas estranhas que vêm acontecendo em Nova York, como a água negra que jorra dos hidrantes, o lixo acumulado, os ratos se proliferando e os gatos que parecem encarar as pessoas desconfiadamente.
Paralelamente, Pearl, Moz e Zahler se encontram e formam uma banda. Eles sabem que extraoficialmente está declarado estado de calamidade: os vampiros estão à solta e a Patrulha Noturna está atrás deles.

sábado, 16 de janeiro de 2016

As Intermitências da Morte - José Saramago

Vocês já sabem a minha opinião sobre o José Saramago (o Chatamargo): um bosta!
Todas as vezes que resolvo lutar contra um livro dele, passo raiva. Todos são uma decepção: extremamente superestimado pela mídia, que o põe em altos patamares da literatura, pouco conhecido pelo público, absurdamente irritante para os leitores e um pote de ouro para as editoras, este é o português que ganhou um Nobel de literatura (premiozinho mais acochambrado que existe.).
Vocês podem ver meus comentários sobre o Ensaio sobre a Cegueira neste link. Já o Ensaio sobre a Lucidez, embora seja tão ruim quanto o anterior, não mereceu uma resena minha por ser menos aclamado pela mídia.
Podem se perguntar por que, então, eu continuo a lê-lo. Simples, as pessoas continua me dando e emprestando seus livros por acharem que, como eu gosto de ler de tudo, vou gostar até da má literatura.
O livro tenta se vender como instigante e inusitado, começando bem com a frase "No dia seguinte ninguém morreu", mas logo cai na mesma lenga lenga que é característica do autor, com seus parágrafos imensos, personagens insossos e narrativa aborrecida.
O que é uma pena, pois, apesar de seu estilo narrativo horripilante, Chatamargo teve uma boa sacada com esse livro, digo, com seu enredo. Em um determinado momento, a morte deixa de cumprir seu papel. Todos percebem que não mais correm o risco de passar dessa pra melhor. A curto prazo, as agências funerárias e os planos de seguro de vida sofrem o primeiro golpe. Mas não demora a se instalar uma crise geral na sociedade: os hospitais ficam lotados de pacientes agonizantes (aparentemente, só o cavaleiro da morte tirou férias, o da peste continua a todo vapor!), idosos avançam rumo à senilidade e à decrepitude sem esperança de um alívio.
Os políticos e a Igreja anteveem o pior. Esta especialmente: se não há morte, não há ressurreição, e sem ressurreição, a Igreja perde sua razão de ser.

O Pacifista - John Boyne

Embora John Boyne tenha publicado mais de quinze livros, eu só li quatro. Demorei bastante para começar esse quinto porque fiquei sem saber de sua publicação. Lembro de ler O Menino do Pijama Listrado e em pouco tempo ver a divulgação da publicação no Brasil de O Garoto do Convés, a então um ou dois anos depois, O Palácio de Inverno. Desde então não vi mais publicidade sobre seus lançamentos.
Não obstante, é sempre um prazer ler um de seus livros. Agora que sei de outros lançamentos do autor, já comprei mais alguns e os resenharei esse ano.

Antes de começar a ler O Pacifista vi no texto de capa a recomendação do The Sunday Times, que o descrevia como "Cativante desde o primeiro parágrafo", bem o tipo de coisas que se encontra por aí sobre lançamentos de autores badalados. O que acontece é que, neste caso, é verdade, pois o livro começa assim:
"Sentada à minha frente no vagão, a senhora idosa de estola de pele de raposa recordava alguns homicídios que havia cometido ao longo dos anos".
Percebemos, então, que o livro é narrado em primeira pessoa, por seu personagem central, o jovem Tristan Sadler, que mentiu sua idade para poder se alistar no exército inglês e participar da Primeira Grande Guerra.
A história corre em dois eixos de tempo, um logo após a guerra e outro no seu decorrer, enquanto o regimento de Tristan é treinado e, posteriormente, conduzido ao campo de batalha. No eixo pós-guerra, ele vai a uma cidadezinha do interior visitar a irmã de seu melhor amigo, uma das vítimas da guerra; seu objetivo é entregar a ela as cartas que o falecido soldado recebera durante o período em serviço.
Como não poderíamos ficar sem um tempero especial, Boyne aborda um grande tabu para a Inglaterra durante o século XX: a homossexualidade, e mais especificamente, a relação homossexual entre dois soldado em uma época em que a homossexualidade era considera crime.
E não é que o tema continua atual!

sábado, 9 de janeiro de 2016

Pseudônimo Mr. Queen - Loraine Pivatto

Regina Brandão era vivia uma vida comum, dona de uma rede de laboratórios em São Paulo até que descobre que seu marido a traia com a "melhor amiga", Vanessa. Em uma crise de ciumes ela mata a "amiga" e se torna uma assassina. Mas isso tudo foi antes do fim do mundo. Porque em 21 de dezembro de 2012 a vida como todos conheceram deixou de existir.
Na nova realidade, Regina e os 224 sobreviventes deveriam enfrentar o desafio de reconstruir a vida em sociedade, estabelecendo um governo, uma rotina. Entre as novidade do pós-apocalipse está o tempo de vida. De acordo com um recorrente sonho que aparentemente todos estavam tendo, nessa nova fase os sobreviventes disporiam de um novo período de vida: até completarem setenta anos, vida normal, após os 70, um recomeço, aos vinte até alcançarem os cem anos. Nem um dia a mais, nem um dia a menos.
Na nova realidade de Regina não há lugar para a velha rotina, nem para as mesmas pessoas, porque seus amigos e familiares não sobreviveram ao evento previsto pelo Calendário Maia. Entretanto a filha de Vanessa, Maria Eduarda, também sobreviveu, e cabe à Regina ajudá-la na Nova Realidade.
Acompanhamos Regina, Larissa (filha de Maria Eduarda) e posteriormente Vitória nas surpresas e armadilhas da vida após o fim do mundo.

Esse livro chegou às minhas mãos por meio da Book Tour organizada pela própria autora, a gaúcha Loraine Pivatto. Loraine me convidou para participar pelo Skoob, e me mandou este link com o cadastro do livro na plataforma Skoob. Vale a pela dar uma olhada, entrar em contado com a autora procurar saber mais sobre seu outro livro, Perseguição Digital
Agora que eu terminei a leitura o livro viaja para encontrar um novo leitor.

sábado, 2 de janeiro de 2016

Clube da Luta - Chuck Palahniuk

A primeira regra do Clube da Luta é: você não fala do Clube da Luta.
Lembro-me de ouvir essa frase vez ou outra de algum amigo, em uma conversa que não era exatamente minha, e apesar de não enter muito bem, me parecia interessante e eu sabia que se tratava do contexto de um livro (embora meus amigos provavelmente conhecessem apenas o filme). Mais ou menos nessa época — 2011 — eu decidi que leria esse livro um dia...
Demorou até que eu ganhasse esse livro de alguém para começar a lê-lo... No começo desse post eu mencionei o filme, mas já ressalto que não o assisti, então não farei comparações.
Pra entendermos o clube antes de passar ao livro, eis as regras:
A primeira regra do Clube da Luta é: você não fala do Clube da Luta.
A segunda regra do Clube da Luta é: você não fala do Clube da Luta. 
A terceira regra do Clube da Luta é: se alguém gritar "Para!", fraquejar, sinalizar, a luta está terminada. 
Quarta regra: apenas dois caras numa luta. 
Quinta regra : uma luta de cada vez, pessoal. 
Sexta regra: sem camisas, sem sapatos. 
Sétima regra: as lutas duram o tempo que for necessário. 
E a oitava e última regra: e esta for a sua primeira noite no Clube da Luta, você tem de lutar.

Seria o Clube da Luta um livro sobre a loucura? Sobre o amor? Sobre a fuga? Sobre a insônia? Sobre lembranças? Sobre a sociedade? Sobre pessoas? Sobre relações entre pessoas? Sobre desejos indizíveis?
Não sei, só sei que não me agradou.
Na historia, Tyler corrompe algumas pessoas a se juntar a um grupo cujo objetivo é lutar para se sentir vivo. Paralelamente, ele põe em prática um plano para por fim à sociedade, no melhor estilo do vilão clássico: o mundo é ruim, vamos destruí-lo para depois forjar um lugar melhor. Porém a questão não é o que o livro conta, mas sobre o que o livro fala. Sua reflexão filosófica é a alma da história.

O bom é a edição caprichada que a LeYa preparou!