sábado, 24 de dezembro de 2016

Vento pela Fechadura - Stephen King


Já disse que, embora adore a obra de Stephen King, a série Torre Negra não me encanta muito, esta, porém, é uma exceção. Achei a leitura bem agradável e interessante.

Roland, Jake, Oi, Susannah e Eddie estão no meio de sua jornada, entre o Palácio Verde (quarto livro) e Calla (quinto livro), quando são atravessado por uma borrasca, uma super tempestade gelada do mundo médio, que os obriga a parar e procurar abrigo por dois dias. Junto com todo o vento e a neve, a borrasca também traz a Roland várias memórias, e como ele está com tempo, decide contar a seus companheiros duas histórias.
O Troca Peles, uma aventura de sua juventude em que, logo após a morte de sua mãe, o pistoleiro recém "graduado" é mandado para investigar uma série de mortes violentas em uma das vilas decadentes que é governada por seu pai. Roland e seu parceiro, Jamie, encontram um vilarejo apavorado por um monstro que se transforma em animais gigantes e devora as pessoas, o Troca Peles.
Durante sua busca, o pistoleiro tem que lidar com um garota de onze anos cujo pai fora vítima da fera. É enquanto o garoto o ajuda na investigação e eles esperam reforços que Roland lhe conta uma das lendas de sua infância, o Vento pela Fechadura.
Vento pela Fechadura é a história do menino Tim Ross, que vive em uma vila de lenhadores às margens de uma floresta imensa e perigosa. A aventura de Tim envolve dragões, a morte do pai, um padrasto violento, fadas, povos da floresta, cobras perigosas, um tigre gigante, e Randall Flagg, o mais odiado dos vilões.

Finda a tempestade, o Ka-tet volta à estrada, rumo à Torre Negra.

sábado, 17 de dezembro de 2016

A Menina Submersa - Caitlín R. Kiernan

Que livro estranho!
Quando uma amiga em indicou esse livro dizendo que não ter certeza de gostou ou não, mas que eu precisava ler porque era algo único, eu primeiro fiquei cético. Fui pesquisar sobre a obra e autora e mesmo assim custei a ter certeza se deveria ou ler. Acabei ganhando o livro dessa mesma amiga e lendo tão logo ele chegou às minhas mãos (furando a fila de leitura!).

Já nas primeiras páginas conhecemos India Morgan Phelps, a Imp. Ela já se apresenta como provável resultado de uma sequência hereditária de esquizofrênicas com tendências suicidas, e também conta que está se dispondo a escrever uma "história de fantasmas". Relacionando as duas coisas, ela adverte que tudo o que for lido nas próximas páginas deve ser encarado com desconfiança, porque, pra ela, nem tudo que é verdadeiro é também factual.
O livro altera o foco narrativo de modo que é difícil perceber se a história vem sendo contada pela Imp ou sobre ela, mas acabamos conhecendo-a e gostando dela (pelo menos eu gostei).
Ela vive em uma cidade em Rhode Island, na Nova Inglaterra — já disse que adoro ler sobre essa região — e, no momento em que a história se passa, divide o apartamento com a sua namorada, Abalyn. Eis aqui o primeiro tema complexo do livro. Abalyn é transsexual e lésbica. Ela nasceu com fenótipo e genótipo masculino, mas com mente feminina, e se submeteu a uma transformação medicinal para corrigir a situação. Como mulher, ela também é lésbica. Essa é uma questão muito interessante e controvérsia. A biografia da autora é difícil de encontrar, mas ela passou pela mesma situação de Abalyn. Outro exemplo real (factual ^^) é o ator Buck Angel, cuja história pode ser encontrada nos links dessa frase.
Imp conheceu Abalyn por muito acaso, quando esta havia sido posta pra fora da casa da última namorada. Imp lhe estendeu a mão e elas foram morar juntas. Da amizade, veio o romance, cujo fim é descrito no livro.
Ela também descreve a obsessão que tem por uma pintura de um artista da região, A Menina Afogada, retratando de diversas formas durante sua vida, e como essa obsessão se relaciona co sua história de fantasmas e com Eva Canning, a misteriosa mulher que aparece na vida de Imp pra confundir ainda mais as coisas.

E mais, a DarkSide caprichou demais nessa edição limitada, do colorido das páginas ao acabamento da capa, vale muito apena.
Obrigado Amanda por mais essa indicação.

sábado, 10 de dezembro de 2016

A Morte da Sra. McGinty - Agatha Christie

Poirot está entediado. Ele passa a vida desfrutando de sua aposentadoria, se dedicando de corpo e alma às refeições diárias, experiências ricas que ele faz questão de planejar, antecipar e rememorar. É um ponto de reflexão para ele o impasse entre seu desejo de ter mais do que três refeições diárias e sua incapacidade de se adaptar ao costume britânico do chá das cinco. Mais do que tudo, ele sente falta do desafio intelectual que se fez presente durante toda a sua vida como detetive.
É então após um lauto jantar (a refeição mais importante do dia para o famoso investigador) que ele recebe a visita de um ex-colega de profissão, o detetive Spence, que procura o sue auxílio em um caso peculiar. Spence pessoalmente fora o responsável pelo inquérito sobre a morte da Sra. McGinty, assassinada em sua residência, com um forte golpe na cabeça. O único suspeito fora seu inquilino, James Bentley, recentemente condenado pelo júri e condenado à pena capital. O caso é que os instintos de Spence lhe dizem que Bentley é inocente.
Poirot não resiste ao bom mistério e se desloca para Kilcester, o pequeno povoado onde ocorreu o crime. Ele encontra um cenário desencorajador com instalações pouco cômodas e escassa oferta gastronômica, entretanto o mistério o motiva. À medida em que ele se engaja na investigação, começa a duvidar da culpa do condenado, mas encontra pouquíssimas pessoas disposta a corroborar com seu argumento. Aparentemente Bentley não causa uma boa impressão nas pessoas.
Como salvar da forca um homem detestado por muito e que pouco se ajuda?

sábado, 3 de dezembro de 2016

Mundo Sem Fim - Ken Follett


Depois de ler Os Pilares da Terra no carnaval de 2015 eu fiquei obcecado com a história e com a genialidade narrativa de Follett, mesmo já conhecendo outros de seus livros. Foi, então, um desafio conseguir ler esse livro, sequência de Pilares, que está esgotado nas livrarias nacionais e mesmo nos sebos é difícil de ser encontrado, de modo que eu tive que comprá-lo em inglês, e encarar sua longa leitura — mais de 1000 páginas — em outro idioma. E eu recomendo, mesmo não sendo uma leitura simples, dada a qualidade literária e histórica do livro.
O primeiro livro se passa na Inglaterra do século XII, um período em que o trono estava sendo disputado por dois primos que levaram o reino ao caos. Em Mundo Sem Fim, duzentos anos depois, o plano de fundo histórico é o início da Guerra dos Cem Anos.
A história se passa no povoado de Kingsbridge, dominado pelos monges, mas que abriga um grande espectro de pessoas e profissionais, que se envolvem na política do reino, no comércio, na criminalidade, e, é claro, na arquitetura, um dos planos de fundo dos dois livros.
Os personagens centrais da trama são descendentes dos personagens do primeiro livro, e de certo modo, repetem as trajetórias de vida dos antepassados, lutando pela manutenção do poder do priorado, por construir grandes obras que afrontam os poderosos nobres regionais e lutando por seus amores e famílias.

Pela minha experiência com os demais livros do autor, sei que seu ponto alto são as ficções históricas, de modo que depois de ter lido estes dois livros e a trilogia O Século, não restam grandes obras (de meu interesse) em seu currículo, mesmo assim, eu recomendo a leitura de livros do autor.