sábado, 31 de agosto de 2013

Biografia de George R. R. Martin

George Raymond Richard Martin nasceu em Bayonne, Nova Jérsei em 20 de setembro de 1948. O autor é mais conhecido por seu trabalho mais recente, As Crônicas de Gelo e Fogo (uma fantasia épica), mas também já escreveu roteiros, ficção científica e terror.
Quando jovem, ele era um leitor ávido de quadrinhos de superheróis, o que ele pontua como uma grande influência para se tornar escritor. Em 1970, Martin recebeu seu Bacharelado em jornalismo na Universidade Northwestern, Illinois. Ele depois completou um Mestrado em jornalismo, também em Northwestern, em 1971.
Martin começou a escrever contos de ficção científica ainda na universidade, e, apesar das dificuldades que enfrentou no início de sua carreira, não tardou a se tornar um escritor premiado e reconhecido.
Durante a década de 1980, Martin começou a escrever para a televisão e trabalhar como editor de livros.
Em 1991, Martin voltou a se dedicar a livros, começando a escrever As Crônicas de Gelo e Fogo. O primeiro volume, A Guerra dos Tronos, foi publicado em 1996, sendo seguida por A Fúria dos Reis, em 1998, Tormenta de Espadas, em 2000, O Festim de Corvos, em 2005 e A Dança dos Dragões, em 2011. A série, ainda incompleta (faltam os dois últimos volumes), já é aplaudida por autores, leitores e críticos do mundo inteiro.
Em 2007, a HBO comprou os direitos de uma adaptação para a televisão de toda a série As Crônicas de Gelo e Fogo. A primeira temporada de Game of Thrones estreou em 17 de abril de 2011. Até o momento foram produzidas duas temporadas, tendo dez episódios e abarcando o primeiro e o segundo livro da série cada.
Em seu tempo livre ele coleciona miniaturas com temas medievais, lê e coleciona livros de ficção científica, terror e fantasia e quadrinhos.
Em 15 de fevereiro de 2011, Martin se casou com sua namorada de longa data, Parris McBride, em uma pequena cerimônia para amigos e familiares em sua casa em Santa Fé, Novo México. O casal trocou alianças inspiradas em anéis célticos, feitos sob encomenda por artesãos locais.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Anúncio para Cosmético - João Cabral de Melo Neto

Nada há contra o tempo.
O homem tudo o que pode
é fechar-se ao espaço
redondo que o envolve;
jogar fora o espaço,
o fora, ele sim pode,
assim numa Cartuxa
que do ao redor o isole.
Mas o tempo é de dentro;
dentro ele faz-se, escorre,
e esse escorrer interno
não há nada que o corte.
Às vezes o "............"
por certo tempo o encobre:
não tempo ele próprio,
sim o corpo que ele morde,
já que o expressar do tempo
é roer o que percorre.

sábado, 24 de agosto de 2013

Ruas Estranhas - George R. R. Martin e outros

Ruas estranhas é uma coleção de 16 histórias fantásticas urbanas na qual os escritores George R. R. Martin e Gardner Dozois reúnem grandes nomes da literatura como Charlaine Harris (autora da série Crônicas de Sookie Stackhouse - adaptada para a TV pela HBO como True Blood), Conn Iggulden, Glen Cook, Patricia Briggs, Diana Gabaldon e outros autores de destaque (a maioria pouco conhecidos no Brasil).
Nessas histórias eles exploram mundos de vampiros sedutores, lobisomens assustadores, espíritos que ajudam humanos a solucionar mistérios, demônios, zumbis e outras criaturas que habitam nosso imaginário.
Os contos são: (para facilitar eu marcarei com + os contos que eu mais gostei e com - os que não me chamaram atenção)
(++)Morte por Dahlia, de Charlaine Harris: ambientada no universo das Crônicas de Sookie Stackhouse, esta é a história de como uma festa pode ser tornar movimentada quando vampiros resolvem interferir nos planos uns dos outros;
(+)A Sombra que Sangra, de Joe R. Lansdale: provavelmente o conto mais sombrio do livro, fala sobre um pacto com o demônio, no qual a música tem papel central;
(+)Coração Faminto, de Simon R. Green: muito divertido e empolgante, mas na verdade fala sobre tristezas que assombram os corações humanos;
(--)Estige e Pedras, de Steven Saylor: traz as maravilhas do mundo antigo, as vezes um pouco distorcidas;
(-)Dor e Sofrimento, de S. M. Stirling: mostra um policial humano comum tentando lidar com um criminoso nada comum;
(+)Sempre a Mesma Velha História, de Carrie Vaughn: trata de amizade, de justiça e de vingança, o que pode ser explosivo quando há vampiros no meio;
A Dama Grita, de Conn Iggulden: mostra um pseudoparanormal que se depara com uma legítima assombração;
(++)Hellbender, de Laurie R. King: um conto futurista que mostra um tipo diferente de discriminação, também estando presente a falta de escrúpulos na ciência;
(++)Ladrões de Sombra, de Glen Cook: mostra um universo em que o real e o fantástico se misturam perfeitamente;
(--)Sem Mistério, Sem Milagre, de Melinda M. Snodgrass: fala sobre uma fenda no mundo, e o que a atravessa;
(+)A Diferença entre um Enigma e um Mistério, de M. L. N. Hanover: esse conto trata de uma possível possessão demoníaca, que só se torna real quando já a descartamos;
(+)O Curioso Caso do Deodand, de Lisa Tuttle: uma clássica história de detetive, porém com elementos sobrenaturais;
(+)Lorde John e a Peste de Zumbis, de Diana Gabaldon: apresenta uma interessante interpretação sobre o mito dos zumbis;
(+)Cuidado com a Cobra, de John Maddox Roberts: traz dois tipos de cobras, as peçonhentas e as realmente perigosas, as humanas;
(-)De Vermelho, com Pérolas, de Patricia Briggs: põe um lobisomem trabalhando/investigando criaturas perigosas, como zumbis, bruxas e advogados;
(-)A Águia de Adak, de Bradley Denton: uma aventura da época da Segunda Guerra Mundial, permeada por perigos mais sinistros do que os nazistas.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Moscou Contra 007 - Ian Fleming

Quando eu era criança adorava as aventuras do espião mais famoso de todos os tempos. Qual não foi minha surpresa ao descobrir (alguns anos atrás) que tudo começou com os livros de Ian Fleming. Pena que eu acabei demorando muito para ler o meu primeiro.
O livro é dividido em duas partes, a elaboração do plano e sua execução, sendo que na primeira o foco é dirigido aos agente soviéticos; James Bond só aparece na segunda.
A SMERSH, a agência de contraespionagem da União Soviética, planeja cometer um grande ato terrorista, um profundo golpe nos ocidentais, um golpe de efeito político e moral.
O escolhido é o agente 007, o maior símbolo do sucesso da agência de inteligência britânica.
O alto escalão da SMERSH planeja o assassinato de Bond como parte de um grande escândalo sexual, protagonizado por uma agente dupla soviética, Tatiana Romanova, cuja missão é se apaixonar por Bond e seduzi-lo, para que ele caia numa armadilha maior.
Essa armadilha consiste de um assassino, o maior dos executores da SMERSH, Red Grant, que se passará por um agente inglês enviado para auxiliar Bond a escoltar Tatiana e o Spektor, um aparelho de decodificação russo muito desejado pelo Serviço Secreto britânico, que era a razão inicial da missão de 007.
Um detalhe é a tradução do título para o português, feita para acompanhar os demais livros da série, que geralmente têm títulos como 007 contra (algum inimigo). O original em inglês é From Russia With Love (Da Rússia Com Amor), muito mais adequado para a história, e mais poético também...

sábado, 17 de agosto de 2013

Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil - Leandro Narloch

Se o livro não fosse excelente, só o nome já me conquistaria. Detesto esse modismo pesudomoralista, intransigente e hipócrita do Politicamente Correto. Essa armadilha só faz cunhar eufemismos para mascarar o preconceito das pessoas.
No Politicamente Correto, Negro é Afrodescendente [eu sou branco, mas descendo de africanos. Onde me enquadro?], Cego/Surdo é Portador de Deficiência Visual/Auditiva (portador?! Quer dizer que dá pra deixar de portar?). E se me chamar de obeso, apanha! Eu sou é gordo!!!

Mas faço uma ressalva (em nome de meus amigos historiadores): Narloch não é historiador, é jornalista.
Entretanto, ele tem o meu perdão. Esse livro é uma bem-vinda alternativa às tradicionais publicações historiográficas (livros didáticos), sempre maculadas pela ideologia de esquerda e pelos discursos marxistas, prontos a condenar as elites (entendidas como fonte de todo o mal, e blá blá blá).
O próprio Narloch diz que traz os erros das vítimas e dos heróis da bondade e as virtudes dos considerados vilões. E é por aí. Ele ajuda a desconstruir os estereótipos que colocam os seres históricos como criaturas absolutas, totalmente boas ou totalmente más. Isso não existe!

Entre suas afirmações (acompanhadas das respectivas fontes e respaldos na historiografia) estão:
Quem mais matou índios foram os índios, em suas guerras tribais. Isso fica óbvio se lembramos que os Tupi Guarani sempre são lembrados como um povo guerreiro.
Zumbi (dos Palmares) tinha escravos, como também os tinham os povos na África e os alforriados no Brasil.
Antes de entrar em guerra o Paraguai era um país rural e burocrático, dominado por um louco egocêntrico, Solano López, que só fora 'endeusado' pelos esquerdistas décadas depois, sendo transformado de tirano e pária nacional a herói da resistência contra o imperialismo (um argumento vazio, que ao lado de "a culpa é da elite" reina no discursos dessa gente).
Santos Dumont não inventou o avião, e aqui ele põe por terra vários mitos nacionalista sobre o inventor, sem deixar de dar créditos no que ele realmente merece.

O autor ainda revela (o que hoje consideramos) falhas nas índoles de alguns de nossos escritores, como Machado de Assis, que teria sido um dos mais ferrenhos censores do Império (isso mesmo, ele apoiava a censura); e  Euclides da Cunha, que teria tentado assassinar o amante da esposa depois de matar-lhe o filho bastardo.
E, como não poderia deixar de ser, há um capítulo dedicado aos nossos Comunistas (trapalhões), onde o autor revela confusões e gafes de Luís Carlos Prestes, um personagem que seria hilário ou digno de pena se não fosse uma vergonha nacional!

Muito me agrada ver essa 'tomatada' na facção marxista de historiografia. Que venham mais e mais!

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

As Astúcias da Morte - João Cabral de Melo Neto

Há o morrer em lâmina fina
do fuzilado ou em guilhotina

e um morrer que se desmerece,
morrer de cama, isto é, morrer-se.

A votar, quem não votaria
no primeiro, em sua faca fria?

Mas quem que caiu na água morna
da morte de cama, langorosa,

se lembra que votou num dia
na morte em metal, expedita?

Dentro da água morna, remansa,
de banheira, mas que é da cama,

ninguém pensa que vai morrer
onde viu tantos sóis nascer

(na cama ambígua o levantar-se
pesa mais forte que um cadáver:

ninguém pensa morrer nem crê
que já começa a apodrecer

nem que o bafo em que se revolve
é já o mau hálito da morte).

sábado, 10 de agosto de 2013

O Cemitério - Stephen King

Este livro é tido como o mais assustador da carreira de Stephen King.
A história começa com a mudança da família Creed para Ludlow, no Maine. Louis acabara de conseguir um cargo no hospital da Universidade do Maine, e se mudara com a esposa, Rachel, e os filhos, Ellie e Gage.
Desde o começo o livro tem um certo tom sombrio, embora as últimas cinquenta páginas é que são realmente macabras. Logo ao chegar a família percebe pequenos indícios de mal augúrio, que ficam obliterados pela nascente amizade, pelo vizinho Jud Crandall e sua esposa Norma.
Poucas semanas após a chegada dos Creed, Jud os leva á um passeio pela trilha que começa ao lado da nova propriedade da família e desemboca no “simitério” de bichos, um cemitério criado e mantido pelas crianças da cidadezinha para servir de último descanso para seus animaizinhos.
Com o passar do tempo a amizade se fortalece. Principalmente após Louis “salvar” Norma após um infarto quase fatal. Com isso Jud sente que tem com Louis uma enorme dívida; influenciado por isso ele resolve dar uma ajuda quando o gato de Ellie, Church, é atropelado. Jud leva o amigo ao cemitério de animais no meio da noite, mas não para por lá. Eles continuam na trilha até chegar ao antigo cemitério dos índio Micmac, onde ele instrui Louis a enterrar o gato.
Na manhã seguinte, quando Louis acorda, lá está o gato, bem vivo.
Jud explica que o cemitério Micmac faz isso há décadas, traz animais de estimação de volta a vida.
Algum tempo depois, um acidente cerceia a vida do pequeno Gage, o que abala profundamente a família. Mas, neste momento, Louis tem uma ideia: e se ele levar Gage até o velho cemitério Micmac...
Um ponto forte do livro são seus capítulos curtos, incomuns da obra de King, mas que confere ao livro um ritmo acelerado e empolgante.

sábado, 3 de agosto de 2013

A Casa de Thendara - Marion Zimmer Bradley

Neste romance (que se inicia logo após o final de A Corrente Partida) Marion Zimmer Bradley volta a um tema recorrente em sua obra, o papel das mulheres em qualquer mundo: passado, presente ou futuro. Mas neste, ela retrata também o choque de duas culturas bastante diferentes, uma de ostensivo predomínio masculino, outra aparentemente igualitária.
A terráquea Magdalen Lorne (Magda para os terráqueos e Margali para os darkovanos) vai para a Casa de Thendara, a sede da Guilda das Amazonas Livres; enquanto Jaelle n'ha Melora, uma amazona livre, vai para Quartel General do Império Terráqueo em Darkover.
Magda e Jaelle se tornaram amigas depois de enfrentarem perigos terríveis em Darkover, um planeta cercado de mistério, que fora colonizado a séculos, pelos passageiros e tripulantes de uma nave da Terra, que se extraviou após sofrer avarias, desviando-se de sua rota original.
Para Magda, o choque é a descoberta da luta das mulheres numa sociedade que lhes impõe todas as restrições e um papel secundário, a perspectiva da consideração do amor entre mulheres como uma coisa natural e o despertar de seu laran, o poder psíquico que existe em Darkover
Para Jaelle, o choque é o contato com uma sociedade altamente tecnológica, em que a mulher  conquistou a igualdade, mas na qual ainda persiste o desejo do homem de dominá-la.
Tudo se passa entre as intrigas do Comyn, a aristocracia que domina a sociedade darkovana, e dos alto representantes do Império, empenhados em fazer com que o planeta se conforme a suas normas e aceite uma plena integração.
O choque cultural é inevitável, estando em foco as profundas questões relativas ao amor e casamento, as relações entre homem e mulher, justiça e injustiça.