sábado, 27 de abril de 2013

O Visitante Inesperado - Agatha Christie

Agatha escreveu esta história, que pode ser definido como um mistério disfarçado de não-mistério, para uma peça de teatro que foi transformada em romance por seu biógrafo, Charles Osborne.
A história traz-nos de Michael Starwedder que, numa noite enevoada, no interior de Inglaterra, em que mal conseguia ver a estrada, acaba por ficar com o carro atolado numa vala. Decide procurar ajuda na casa mais próxima, mas aí descobre um cadáver numa cadeira de rodas. Ao lado do corpo encontra-se uma bela mulher que tem, na mão, a arma do crime.
Fica de tal modo seduzido pela sua beleza que decide engendrar um plano para que ela não seja acusada do crime.  Mas, à medida que vai tomando conhecimento de novos fatos começa a duvidar da sua decisão, pois a cada virada de página, ao se descortinarem as idiossincrasias do morto, fica mais difícil acreditar que ele tenha sido morto pela esposa.
A dúvida entre os suspeitos fica no ar até o último instante
As investigações levadas a cabo pela polícia conduzem a um resultado surpreendente.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Imitação da água - João Cabral de Melo Neto

De flanco sobre o lençol,
paisagem já tão marinha, 
a uma onda deitada,
na praia, te parecias.             
               
Uma onda que parava
ou melhor: que se continha;
que contivesse um momento
seu rumor de folhas líquidas.

Uma onda que parava
naquela hora precisa
em que a pálpebra da onda
cai sobre a própria pupila.

Uma onda que parava
ao dobrar-se, interrompida,
que imóvel se interrompesse
no alto de sua crista

e se fizesse montanha
(por horizontal e fixa),
mas que ao se fazer montanha
continuasse água ainda.

Uma onda que guardasse
na praia cama, finita,
a natureza sem fim
do mar de que participa,

e em sua imobilidade,
que precária se adivinha,
o dom de se derramar
que as águas faz femininas

mais o clima de águas fundas,
a intimidade sombria
e certo abraçar completo
que dos líquidos copias.

sábado, 20 de abril de 2013

O Dossiê Odessa - Frederick Forsith

Uma trama envolvendo nazistas da Alemanha do pós-guerra.
A história se passa em Hamburgo de 1963. Peter Miller, um repórter, ao descobrir que Solomon Tauber, um velho judeu, cometera suicídio, e pouco tempo depois receber vários manuscritos de Tauber, encontrados ao lado do seu corpo. Nesses documentos Tauber relatou como todos os amigos tinham sido mortos e os assassinos permaneciam livres.
Tauber narra que quando foi para Riga, um campo de concentração, e como conheceu Eduard Roschmann, um capitão da SS conhecido como "O Açougueiro de Riga", por sua “filosofia”, que os judeus valiam mais mortos que vivos. Entre 1941 e o fim da guerra mais de 200 mil judeus alemães teriam sido levados para Riga, mas apenas 400 saíram de lá com vida.
E mais, em 1944, após se desentender com outro capitão nazista, Roschmann o baleou pelas costas.
Depois de ler o relato Miller começa a procurar pistas de Roschmann, e sem imaginar se defrontaria com Odessa, uma sociedade secreta que aceitava e protegia os ex-oficiais das SS. Entre os quais, Roschmann, vivenciou com outra identidade.
Para Miller esta cruzada para pegar um criminoso de guerra acabaria se tornando uma luta pessoal.
É um livro muito bom, que trabalha a história de um jeito interessante.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

House of Night: Escondida - P. C. & Kristin Cast

Depois de uma longa pausa, a sequência da série House of Night.
Zoey conseguiu uma vitória: a verdadeira natureza malévola de Neferet foi desmascarada, e o Conselho Supremo dos Vampiros não está mais ao lado dela.
Entretanto, a força da ex-Grande Sacerdotisa está longe de ser insignificante. Ela distrai a todos com um incêndio nos estábulos, depois começa a jogar os humanos contra os vampiros e para provocar uma guerra.
Aí vem o seu verdadeiro golpe, o sequestro da Vovó Redbird. O objetivo é atacar Zoey e seus amigos, quem sabe, destruí-la pela dor.
Mas ela não detém todos os trunfos. Kalona voltou para o lado de Nyx, que aceitou seu juramento de proteger a Morada da Noite. E mais, Aurox, que deveria ser um receptáculo das trevas, uma besta a serviço de Neferet começa a encontrar sua humanidade e rever de que lado prefere estar.

Com as sementes da destruição espalhadas na Morada da Noite, todos precisam se organizar para elaborar estratégias de defesa.
Porém, isso se revela mais difícil do que nunca, antigas amizades/lealdades precisam ser revistas.

Na verdade a série caiu na minha estima, mas, ainda assim, é uma interessante versão do mito do vampiro, além de uma bela tangência ao mundo pagão.

sábado, 13 de abril de 2013

Os Heróis do Olimpo: O Filho de Netuno - Rick Riordan

Nesse livro é nítida aquela (já velha conhecida) característica da escrita de Riordan, É IMPOSSÍVEL DE SE PARAR DE LER! Você simplesmente mergulha na história e "salta" quando ela termina, já se perguntando quando ele lança o próximo...
A história começa mais ou menos seis meses após os acontecimentos de O Herói Perdido. Percy, que está completamente desmemoriado (cortesia de Hera, ou Juno, para os romanos), atravessa o país ate a Califórnia onde encontra o Acampamento Júpiter.
Já no início do livro fica claro que algo está diferente: os monstros não permanecem mortos, eles se recompõem imediatamente após serem destruídos.
Assim que Percy consegue abrigo no Acampamento Júpiter, o acampamento romano, Marte/Ares aparece e “oferece” a missão de libertar Tânatos (deus da morte). O encarregado é Frank Zhang, filho de Marte, que juntamente com Percy e Hazel, filha de Plutão/Hades, protagoniza o livro e integram a missão.
Eles vão para o Alasca para libertar Tânatos, que fora preso por Alcioneu, o gigante primogênito de Gaia (a deusa mãe-terra), nascido para derrotar Plutão.
Quando a equipe retorna ao Acampamento Júpiter, que estava sendo atacado por Polibotes (nascido para matar Poseidon/Netuno), Percy o confronta obtendo a vitoria com a ajuda de Término (deus das fronteiras).
No fim a armada do Acampamento Meio-Sangue chega ao Acampamento Júpiter para fazer um acordo de cooperação com os romanos, o que pode ser trabalhoso...

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Rio e/ou Poço - João Cabral de Melo Neto

Quando tu, na vertical,
te ergues, de pé em ti mesma,
é possível descrever-te
com a água da correnteza;

tens a alegria infantil,
popular, passarinhadeira,
de um riacho horizontal
(e embora de pé estejas).

Mas quando na horizontal,
em certas horas, te deixas,
que é quando, por fora, mais
as águas correntes lembras,

mas quando à tua extensão,
como se rio, te entregas,
quando te deitas em rio
que se deita sobre a terra,

então, se é da água corrente,
por longa, tua aparência,
somente a água de um poço
expressa tua natureza;

só uma água vertical
pode, de alguma maneira,
ser a imagem do que és
quando horizontal e queda.

Só uma água vertical,
água parada em si mesma,
água vertical de poço,
água toda em profundeza,

água em si mesma, parada,
e que ao parar mais se adensa,
água densa água, como
de alma tua alma está densa.

sábado, 6 de abril de 2013

Punição para a Inocência - Agatha Christie

De narrativa simples e fluida (uma característica sempre presente), este era, segundo consta, um dos dois livros favoritos da famosa autora inglesa.
Meses após a morte de Jack, que cumpria pena pelo assassinato da própria mãe,  um estranho chega à casa da família Argyle trzendo a confirmação do álibi do rapaz, que alegara estar no carro de um desconhecido na hora em que a mão fora morta.
A questão, que deveria ser um grande alívio para a família traz de volta à tona a investigação, que tende a apontar um dos membros da família como autor do crime.
Toda a tensão faz com que os membros de sua família passem a suspeitar uns dos outros. Em certo momento um dos personagens, à procura da verdade, obriga o assassino a atacar novamente.
Um diferencial desta obra é o foco narrativo móvel, que passeia, praticamente, entre todos os personagens; o resultado é uma maior dinâmica de leitura e o aumento do mistério.
Recomendo!