sábado, 30 de novembro de 2013

Vampiros em Dallas - Charlaine Harris

Não há um grande espaço de tempo entre o fim do primeiro e o começo do segundo livro da série Crônicas de Sookie Stackhouse.
Nesta segunda aventura de Sookie no mundo dos vampiro ela é chamada por Eric para cumprir sua parte no acordo que tinha com ele, de colocar a disposição dos vampiros sua habilidade de ler mentes, desde que eles não punissem com a morte os humanos que lhes causassem problema. A missão dela é ir até Dallas para ajudar a investigar o desaparecimento de um vampiro.
Em Dallas, ela descobre que o problema pode não ser tão "simples". Os vampiros locais vêm enfrentando problemas com um grupo de fanáticos religiosos (cristãos, é claro!) que decidiram que os vampiros não merecem "viver". É interessante perceber que aqui, onde os vampiros sofrem com o preconceito humano, uma alegoria de (ou uma crítica à) nossa sociedade, com seus belos discursos e suas pífias ações, principalmente no tocante às minorias.
Em Bon Temps, como não podia deixar de ser, também há problemas a serem enfrentados. Lafayette, o cozinheiro gay do Merlote's, foi encontrado morto no carro do policial Andy Bellefleur. Em paralelo, um novo ser lendário chegou à cidade, uma ménade (uma adoradora de Baco/Dionísio, o deus grego/romano do vinho), que resolve mandar uma mensagem à Eric, atacando (e quase matando) Sookie.
Nesse livro, devido à entrada mais profunda de Sookie no mundo dos vampiros, é possível perceber melhor como funciona a organização de sua sociedade.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Os Heróis do Olimpo: A Maca de Atena - Rick Riordan


Na sequência de O Filho de Netuno, Annabeth está apavorada; prestes a reencontrar Percy após oito meses ela se depara com um acampamento hostil e preparado para guerra. Mas sua preocupação mais séria é relacionada à sua mãe, Atena, a deusa da sabedoria.
Ela vem carregando em seu bolso um presente de sua mãe que veio com uma exigência inquietante: "Siga a Marca de Atena. Me vingue."
Annabeth já se sente oprimida pela profecia que irá enviar sete semideuses em uma missão para encontrar – e fechar – as portas da morte. O que mais sua mãe pode querer dela?!

Narrado por quatro diferentes semideuses, A Marca de Atena é uma viagem cheia de aventuras até a velha Grécia, onde descobertas importantes, sacrifícios surpreendentes e horrores indescritíveis os aguardam, como sempre. 

Para deixar seus fãs presos e inquietos até a leitura de A Casa de Hades, Riordan usa intrigas, romances, medo, temor, belicosidade e uma final de dar nos nervos. Imperdível! 

sábado, 23 de novembro de 2013

A Mansão Hollow - Agatha Christie



Certamente um dos melhores livros da autora, que é um sucesso absoluto.
A trama é intrincada e bem elaborada, com personagens interessante e envolventes. Outra característica comum de Christie que é bem marcada neste romance são as descrições amenas dos cotidiano dos personagens.
Poirot é convidado para almoçar na mansão Hollow em um fim de semana organizado pela anfitriã, Lady Lucy Angkatell. Quando chega, ele encontra uma pitoresca cena de crime.
O jovem Dr. John Christow está deitado com a cabeça numa poça de sangue ao lado da piscina. Perto dele está a sua tímida mulher com uma arma na mão. Poirot entende que a cena fora armada como uma piada para ele, mas quanto ele testemunha a agonia final e a morte de Christow, ele percebe que realmente houvera um crime. Entretanto a sensação de que fora armado para ele persiste até o final.
Tudo indica que Gerda Christow descobriu que a infidelidade de seu marido e decidiu acabar com a vida dele. Mas, como não podia dexar de ser, a história se complica. A arma na mão de Gerda não é aquela que matou John. E mais, ao morrer ele pronunciou o nome de Henrietta, sua amante.
Entre os suspeitos ainda estão a atriz Veronica Cray, uma ex-namorada de John que acabara de reaparecer em sua vida e que fora novamente rejeitada por ele; a própria Lady Angkatell, que tinha uma arma em seu cestinho de ovos, e Edward Angkatell era apaixonado por Henrietta.
Eu também gostei muito desse livro porque foi um dos poucos em que eu vi os indícios deixados pela autora e cheguei à conclusão correta.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Falar com Coisas - João Cabral de Melo Neto

As coisas, por detrás de nós,
exigem: falemos com elas,
mesmo quando nosso discurso
não consiga ser falar delas.
Dizem: falar sem coisas é
comprar o que seja sem moeda:
é sem fundos, falar com cheques,
em líquida, informe diarréia.

sábado, 16 de novembro de 2013

A Torre Negra: Mago e Vidro: Stephen King

Enquanto Roland e seus companheiros continuam sua campanha rumo à Torre Negra, pelo caminho, fica evidente a "deslinearização das variáveis Espaço e Tempo na equação do mundo" Eles passam de um mundo para o outro com a facilidade de atravessar uma rua, o tempo per sua regularidade, e às vezes passa mais rápido, às vezes mais devagar.
A narrativa retoma exatamente do ponto em que parara em As Terras Devastadas, quando Roland, Susannah, Eddie, Jake e Oi começam a propor adivinhações ao Mono Blaine, um jogo pelas próprias vidas.
Depois de desembarcarem, eles percebem que chegaram a uma cidade com o mesmo nome daquela para a qual se dirigiam, só que não no mundo do pistoleiro, mas no de Susannah, Eddie e Jake.
Em uma das paradas pelo caminho, Roland conta uma história, uma parte da sua própria história. Uma história que ajuda a entender algumas das característcas do pistoleiro.
Trata-se de quando ele e dois amigos foram enviados a um canto distante do Mundo Médio, que estava em guerra. A missão era de espionagem, eles deveriam averiguar se uma das cidades aliadas estava fazendo acordos militares com o  inimigo.
O que Roland não esperava era encontrar lá o amor. O amor na forma de uma bela jovem, Susan Delgado. Susan estava prometida ao prefeito daquele lugar, mas ao conhecer Roland, não pode resistir e deixar de desempenhar um importante papel em sua caminhada em direção à Torre Negra.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Eu, Tituba, Feiticeira... Negra de Salem - Maryse Condé

Outro livro comprado nas máquinas 24x7 do metrô (assim com Quando o Amor Transpõe o Oceano).
Trata-se da história de uma escrava acusada de bruxaria, em Salem, no final do século XVII.
Condé, professora de literatura antilhana na Universidade de Columbia,  se dedicou a temas afroamericanos e diz ter escolhido escrever a história de Tituba para dar voz a uma das personagens esquecidas nos lúgubres acontecimentos de Salem.
Tituba foi criada por uma velha curandeira, e com ela aprendeu a usar a natureza para curar. Porém, esse era exatamente o tipo de coisa que irritava os puritanos, fanáticos cristãos, misóginos e preconceituosos (vide A Letra Escarlate).
No início do livro fica claro que Tituba não seria a clássica mártir sofredora. A autora deixa transparecer os defeitos e falhas que a fazem humana.
Também acompanhamos o amadurecimento dela por sua fala, já que o livro é narrado em primeira pessoa pela própria Tituba.
À medida em que tem contato com os cristãos (que ela chama de brancos) vemos uma batalha maniqueísta ser travada no interior da personagem, que se contamina com os preconceitos e o desejo de fazer o mal (vingança) dos puritanos.

sábado, 9 de novembro de 2013

Morto até o Anoitecer - Charlaine Harris


Primeiro livro das Crônicas de Sookie Stackhouse, que deu origem à famosa série True Blood, da HBO (nota: a série é muito boa; eu mesmo fiquei sabendo dos livro só depois de ver algumas temporadas da série).
Sookie é uma garçonete telepata que vive em um mundo onde os vampiros acabaram de sair do caixão, tornando-se parte da sociedade. Isso só foi possível graças ao sangue sintético, desenvolvido pelos japoneses, ele tornou possível a convivência entre vampiros e humanos.
Durante uma de suas noites de trabalho, Sookie atente um vampiro recém-chegado em Bon Temps, Bill Compton. Na mesma noite Sookie o salva de ataque de traficantes de sangue de vampiro, que vem sendo usado ilicitamente como estimulante.
Após o salvamento eles se aproximam a ponto de Sookie revelar sua capacidade de ler mentes; uma habilidade que não se aplica a Bill, cuja mente era silenciosa para nossa heroína.
No entanto, enquanto Bill e Sookie estão se aproximando cada vez mais, começam a ocorrer assassinatos em Bon Temps. As vítimas eram sempre mulheres com algum relacionamento com vampiros; o que colabora para que se jogue as suspeitas sobre o forasteiro Bill.
Para desvendar esse mistério (e sobreviver) Sookie entra cada vez mais no mundo dos vampiros.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Jogos Frutais - João Cabral de Melo Neto

De fruta é tua textura
e assim concreta;
textura densa que a luz
não atravessa.
Sem transparência:
não de água clara, porém
de mel, intensa.

Intensa é tua textura
porém não cega;
sim de coisa que tem luz
própria, interna.
E tens idêntica
carnação de mel de cana
e luz morena.

Luminosos cristais
possuis internos
iguais aos do ar que o verão
usa em setembro.
E há em tua pele
o sol das frutas que o verão
traz no Nordeste.

É de fruta dó Nordeste
tua epiderme:
mesma carnação dourada.
solar e alegre.
Frutas crescidas
no Recife relavado
de suas brisas.

Das frutas do Recife.
de sua família.
tens a madeira tirante.
muito mais rica.
E o mesmo duro
motor animal que pulsa
igual que um pulso.

De fruta pernambucana
tenso animal,
frutas quase animais
e carne carnal.
Também aquelas
de mais certa medida,
melhor receita.

o teu encanto está
em tua medida,
de fruta pernambucana,
sempre concisa.
E teu segredo
em que por mais justo tens
corpo mais tenso.

Tens de uma fruta aquele
tamanho justo; .
não de todas. de fruta
de Pernambuco.
Mangas,mangabas
do Recife. que sabe
mais desenhá-las.

És um fruto medido.
bem desenhado;
diverso em tudo da jaca,
do jenipapo.
Não és aquosa
nem fruta que se derrama
vaga e sem forma.

Estás desenhada a lápis
de ponta fina.
tal como a cana-de-açúcar
que é pura linha.
E emerge exata .
da múltipla confusão
da própria palha.

És tão elegante quanto
um pé de cana,
despindo a perna nua
de dentre a palha.
E tens a perna
do mesmo metal sadio
da cana esbelta.

o mesmo metal da cana
tersa e brunida
possuis, e também do oiti,
que é pura fibra.
Porém profunda
tanta fibra desfaz-se
mucosa e úmida.

Da pitomba possuis.
a qualidade
mucosa, quando secreta,
de tua carne.
Também do ingá,
de musgo fresco ao dente
e ao polegar.

Não és uma fruta fruta
só para o dente,
nem és uma fruta flor,
olor somente.
Fruta completa:
para todos os sentidos,
para cama e mesa.

És uma fruta múltipla,
mas simples, lógica;
nada tens de metafísica
ou metafórica.
Não és O Fruto
e nem para A Semente
te vejo muito.

Não te vejo em semente,
futura e grávida;
tampoucoem vitamina,
em castas drágeas.
Em ti apenas
vejo o que se saboreia,
não o que alimenta.

Fruta que se saboreia,
não que alimenta:
assim descrevo melhor
a tua urgência.
Urgência aquela
de fruta que nos convida
a fundir-nos nela.

Tens a aparência fácil,
convidativa,
de fruta de muito açúcar
.que dá formiga.
E tens o apelo
da sapota e do sapoti
que dão morcego.

De fruta é a atração
que tens, a mesma;
que tens de fruta, atração
reta e indefesa.
Sempre tão forte
na carne e espádua despida
da fruta jovem.

És fruta de carne jovem
e de alma alacre,
diversa do oiti-coró
porque picante.
E, tamarindo,
deixas em quem te conhece
dentes mais finos.

És fruta de carne ácida,
de carne e de alma;
diversa da do .mamão,
triste, estagnada.
É do nervoso
cajá que tens o sabor
e o nervo-exposto.

És fruta de carne acesa,
sempre em agraz,
como araçás, guabirabas,
maracujás.
Também mangaba..
deixas em quem te conhece
visgo, borracha.

Não és fruta que o tempo
ou copo de água
lava de nossa boca
como se nada.
Jamais pitanga,
que lava a Iínguae a sede
de todo estanca.

Ácida e verde, porém
já anuncias
o açúcar maduro que
terás um dia.
E vem teu charme
do leve sabor de podre
na jovem carne.

Aumentas a sede como
fruta madura
que começa a corromper-se
no seu açúcar.
Ácida e verde:
contudo, a quem te conhece
só dás mais sede.

Ao gosto limpo do caju,
de praia e sol,
juntas o da manga mórbida,
sombra e langor.
Sabes a ambas
em teus contrastes de fruta
pernambucana.

Sem dúvida, és mesmo fruta
pernambucana:
a graviola, a mangaba
e certas mangas.
De tanto açúcar
que ainda verdes parecem
já estar corruptas.

És assim fruta verde
e nem tão verde,
e é assim que te vejo
de há muito e sempre.
E bem se entende
que uns te digam podre e outros
te digam verde.

sábado, 2 de novembro de 2013

A Cidade da Magia - Marion Zimmer Bradley

Mais uma vez nos encontramos com Magdalen Lorne, a principal agente terráquea de Darkover. 
Nesta aventura, Margali, já mãe, fortemente envolvida com a Torre Proibida, se vê obcecada por imagens misteriosas de figuras encapuzadas e o chamado de pássaros estranhos; e é atraída pela memória de duas companheiras perdidas.
Assim, juntamente com Jaelle, Camilla, Cholayana (todas velhas conhecidas de aventuras anteriores) e Vanessa, ela para em sua busca por resposta, não apenas aos confins congelados do mundo físico, mas também aos perigosos limites do mundo superior espiritual.
Para encontrar a cidade que nenhum homem jamais viu, ela será testada como nunca foi antes, pelo clima, pelos sentimentos e pelas ações malignas da Irmandade Negra.
Apesar de ser bastante promissor, este foi um dos livros de Bradley (principalmente da Série Darkover) de que eu menos gostei, talvez principalmente por setenta por cento da história ser uma interminável viagem e outros vinte serem de momentos em que as personagens ou estão planejando a viagem, ou estão presas e/ou tratando ferimentos. Há pouco das características marcantes da série.