quinta-feira, 28 de abril de 2011

Crônicas do Mundo Emerso: O Talismã do Poder– Licia Troisi

No segundo livro da saga, Nihal conclui seu treinamento e se torna uma Cavaleiro de Dragão, não sem antes vivenciar mais algumas aventuras (rs). Senar cumpre sua missão, chega ao Mundo Submerso e consegue ajuda. A guerra continua, e o Tirano não para de avançar. Novos mistérios são lançados. Personagens importantes se revelam e a história se torna mais emocionante.
Neste terceiro volume, após encontrar-se com Reis, e de ver o exército das Terras Livres perder mais terreno, Nihal decide sair e cumprir sua missão. Ela deve juntar as oito gemas dos oito guardiões, e completar o Talismã do Poder, para poder extinguir a magia do Tirano e enfim vencê-lo.
Durante a longa viagem ela faz novas descobertas e perde alguém muito importante. Vai pouco a pouco recolhendo as gemas; e perto do fim de sua jornada descobre o sentido que sempre procurara para a sua vida.
Após lograr êxito em sua missão, Nihal parte para a batalha, todo exército das Terras Livres se dedica à última batalha, e nas terras conquistadas os rebeldes se reúnem para extinguir o poder do Tirano.
Ido tem sua desforra, Nihal se encontra com Aster para decidir a contenda, descobre o quão semelhantes eles são e o porquê de tudo ser como é. Em seu discurso final, Aster fala sobre o Mundo Emerso, mas o que ele fala pode ser aplicado ao nosso, e também no nosso, devemos lembrar-nos das respostas de Nihal e posteriormente de Senar.
Eles, a propósito, ficam juntos finalmente, após o fim da guerra, que leva junto muitos companheiros, ele ajudam na reconstrução das terras devastadas.
A despeito do que alguns possam dizer, Licia Troisi faz escreve uma obra original e que pode nos ensinar muito, mesmo que por meio de metáforas.

sábado, 23 de abril de 2011

A Metamorfose – Franz Kafka

Tenho que admitir que foi com preconceito que comecei a ler este, que eu imaginava ser um livro chato de um desses filósofos do século XIX. Pois descobri que nem o livro é chato, nem Kafka foi um filósofo, mas sim um dos mais renomados escritores de ficção da língua alemã.
É um livro (na realidade é apenas um conto), então vou tentar escrever o mínimo, do contrário conto toda a história.
Um belo dia Gregor Samsa acorda e se descobre “metamorfoseado num inseto monstruoso” (transcrição literal). Logo ele faz uma rápida análise de sua situação física contagem das patas, exame da couraça... e já se perde em devaneios sobre o seu trabalho (caixeiro-viajante) até ser interrompido por seus pais, quem vem avisar que ele está atrasado.
Seguem-se então acontecimentos tragicômicos que culminam em Gregor, o inseto, trancado em uma sala e sendo alimentado pela irmã mais nova, a única que ousa se aproximar dele. Nessa parte do livro, dão-se acontecimentos deveras interessantes como a primeira refeição de Gregor em seu novo estado, ou perturbadores como a “cena” em que a mãe e a irmã vão ao cômodo que ele passara a habitar e tentam remover os móveis na tentativa infundada de acomodá-lo melhor, ação que culmina em Gregor pregado na parede sobre um quadro e sua mãe desmaiada.
No resto do livro são mostradas as dificuldades que a família encontra, com um toque de humor e uma sombra lúgubre.
É um livro muito bom, mas nem adianta esperar que no final Gragor volte a ser humano e viva feliz para sempre...

sábado, 16 de abril de 2011

Christine – Stephen King

O carro assassino. Foi assim que Christine ficou conhecida. Peguei esse livro na biblioteca municipal da minha cidade; e devo dizer (com tristeza) que ele está um caco, todo rasgado, amassado e manchado, com a capa toda rachada. Mas o conteúdo continua excelente!
Ele é catalogado como um romance de horror, embora também não tenha me atemorizado.
Nele é contada a história de um triângulo amoroso, o jovem Arnie Cunninghan, sua garota Leigh Cabot, e Christine. Sim, nosso protagonista está apaixonado por seu carro; segundo Leigh, “carros são garotas”.
Arnie é o típico adolescente americano do final dos anos 70 (ou pelo menos como os americanos gostam de retratá-los); um bom rapaz, com problemas com matemática e dificuldades com garotas. E é claro, paixão por carros.
Na verdade ele só se apaixona mesmo, após conhecer Christine, um Plymouth Fury 1958 caindo aos pedaços. Ele compra um carro, por um preço que parece exorbitante para o melhor amigo de Arnie, Dennis, o reforma completamente, transformando um monte de sucata velha em um calhambeque de dar gosto.
Porem isso custa o bom relacionamento de Arnie com os pais e até com o melhor amigo. Arnie passa a se comporta de maneira diferente, aborrecendo e decepcionando aos pais e afastando Dennis. Este por sua vez descobre que Christine tem um passado sombrio, depois do enterro do antigo dono do carro – que morreu logo após a venda – ele conversa com o irmão deste, que revela como a filha e a esposa de seu irmão haviam morrido após a chegada de Christine.
Quando Christine já esta pronta para rodar novamente, Arnie conhece Leigh, uma bela garota de sua escola, e eles engatam um namoro. No entanto a bonança não deve durar, uma vez que Christine começa a atrapalhar a relação, e depois de tentar matar a moça (sem sucesso), eles acabam terminando.
A cada momento a presença e a influência de Christine ficam maiores, e em determinado momento ela começa a matar os inimigos de Arnie, numa clássica demonstração de amor. Porém a culpa acaba recaindo sobre Arnie e ele passa a ser investigado pela polícia.

sábado, 9 de abril de 2011

Jô Soares (Livros)

Pois é esse magnífico humorista e apresentador também é um ótimo escritor. Tem três livros publicados (além de “O Astronauta Sem Regime”, uma autobiografia), “O Xangô de Baker Strret”, “O Homem que matou Getúlio Vargas” e “Assassinatos na Academia Brasileira de Letras”.
Vou falar aqui deles: O Xangô de Baker Strret conta uma aventura de Sherlock Holmes no Brasil na época do segundo império. Ele vem por causa do roubo de um violino Stradivarius, que pertencia à Maria Luísa de Catarina de Albuquerque, a baronesa de Avaré, e tinha sido dada a ela de presente pelo próprio Pedro II. Ao mesmo tempo ocorrem assassinatos estranhos, pelos quais Holmes logo se interessa. Ele é afetado por circunstâncias inesperadas, tais como o calor dos trópicos, as mulatas brasileiras, feijoadas e caipirinhas; e por tanto lhe acontecem duas coisas inéditas: ele se apaixona e não desvenda os crimes. É um dos meus livros preferidos! Também já virou filme, vale à pena prestigiar o cinema nacional (que não tem apenas porcaria como muitos pensam).
O Homem que matou Getúlio Vargas narra a vida de Dimitri Borja Karosec, um assassino profissional, anarquista, desastrado natural além de ser sobrinho de Getúlio Vargas. Foi um dos mandados à Sarajevo para matar Francisco Ferdinando, porém como tem um indicador a mais em cada mão, na hora do tiro ele se atrapalha e não dispara. Ele também fracassa em Paris, onde conhece Mata Hari (a maior agente dupla da história). Após muitos outros incidentes – como causar a grande epidemia de Gripe Espanhola e se envolver com Al Capone – ele chega ao Brasil e (ao que tudo indica) acaba matando um ditador: Getúlio Vargas. Garanto que quem ler irá se divertir muito.
Em Assassinatos na Academia Brasileira de Letras os rumores de um serial killer literário, que assassinou dois imortais da Academia e pretende continuar com seus terríveis envenenamentos, coloca o detetive Machado Machado no que seria o maior caso de sua vida. Ao longo do enredo, Jô revela um clima de corrupção entre os Acadêmicos. O texto é surpreendente (assim como o final), e não segue as mesmas tendências de seus anteriores.

sábado, 2 de abril de 2011

A Incrível Viagem de Shackleton

Primeiramente gostaria de afirmar que Sir Ernest Shackleton foi um herói, mesmo ele não se considerando um. É também deduzi que fora um homem muito inteligente, sua astucia tática se faz clara ao olhar deste leitor na forma em que o capitão organiza as barracas e seus habitantes, logo após “decretar” o naufrágio. Já sua coragem é atestada pela decisão de (junto com poucos homens) se arriscar no mar em um escaler para chegar à Geórgia do Sul para conseguir ajuda. Atitude esta que resulta no salvamento de toda a tripulação. O livro se constrói de forma esplêndida, há momentos em que é como se fizéssemos parte da tripulação do Endurance, além de uma boa história é também uma lição de sobrevivência em condições extremas. E faz notar as alegrias da tripulação a cada conquista/avanço e suas lamurias a cada retrocesso.
A maioria das novas conquistas revela um desafio pior do que o anterior, como quando eles chegam à esperada Ilha Elephant, e descobrem o quão inóspita ela é, de forma que rapidamente todos querem abandonar a ilha e se lançar novamente ao furioso mar antártico.
Estes homens enfrentam o frio, o mar, o vento, a neve, o sombrio inverno antártico, a fome, a sede, a saudade de suas mulheres, de casa e de seus vícios, além de escalar uma montanha de gelo; tudo em nome de uma missão, uma missão de sobrevivência.