sábado, 30 de março de 2013

Histórias Íntimas - Mary del Priore

A historiadora Mary de Priore nos traz histórias sobre a sexualidade dos brasileiros através dos tempos; ela nos mostra como a sexualidade e a noção de intimidade foram mudando ao longo do tempo, influenciadas por questões políticas, econômicas e culturais, e passaram de um assunto a ser evitado a todo custo para um dos mais comentados nos dias de hoje..
O livro tem curiosidades como: quando o Brasil era a Terra de Santa Cruz, as mulheres tinham de se enfear e os homens precisavam dormir de lado, nunca de costas, porque se acreditava que a concentração de calor na região lombar excitava os órgãos sexuais.
Nos momentos de intimidade, geralmente no meio do mato, e não em casa, porque chave e fechadura eram artigos de luxo e não era possível fechar as portas aos olhares e ouvidos curiosos; as mulheres levantavam as saias e os homens abaixavam as calças e ceroulas. Tirar a roupa era proibido. E beijar na boca? Bem... sem pasta e escova de dentes, difícil (Que nojo!).
Mas como o proibido aguça mais a vontade, a instituição que mais repreendia os afoitos, ironicamente, acabou se tornando o templo da perdição. Onde as pessoas poderiam se encontrar, trocar risos e galanteios e até ter relações sexuais, sem despertar suspeitas, se não no escurinho... das igrejas? (isso era de se imaginar...)

sábado, 23 de março de 2013

Leroni of Darkover - Marion Zimmer Bradley

Leroni of Darkover é uma antologia de contos editado por Marion Zimmer Bradley. As histórias se passam em Darkover com personagens característicos da série. O livro foi publicado pela primeira vez em novembro de 1991 (infelimente ainda não no Brasil).
Aqui estão os contos originais que levam os leitores desde a fundação do Conselho Comyn para o primeiro encontro com um terráqueo com laran, ao assentamento espaçoporto Terrnan no coração de Domínio Hastur, passando pelas Cidades a Secas. É  uma nova e estimulante exploração de Darkover e seus mistérios.
Gosto muito dessas antologias sobre darkover por que nelas a autora expressa suas opiniões e mostra um pouco como ela pensa toda a série.
Os contos deste livro são:
“Building", por Lynn Michals
"The Ferment", por Janet R. Rhodes
"Wings", por Diana Gill
"The Rebels", por Deborah J. Mays
"A Dance for Darkover", por Diana Perry & Vera Nazarian
"There Is Always Someone", por Jacquie Groom
"Reunion", por Lawrence Schimel
"A Way Through the Fog", por Patricia B. Cirone
"The Gods’ Gift", por Mary K. Frey
"The Speaking Touch", por Margaret L. Carter
"The Bargain", por Chel Avery
"The Witch of the Kilghard Hills", por Aimee Kratts
"The Gift", por Lynne Armstrong-Jones
"Invitation to Chaos", por Joan Marie Verba
"The Keeper’s Peace", por Patricia Duffy Novak
"Food for the Worms", por Roxana Pierson
"Childish Pranks", por Diann S. Partridge
"Cherilly’s Law", por Janni Lee Simner
"Avarra’s Children", por Dorothy J. Heydt
"The Tower at New Skye", por Priscilla W. Armstrong
"Homecoming", por Lana Young
"A Meeting of Minds", por Elisabeth Waters

Existem pelo menos outras 9 antologias semelhantes, nas quais Bradley dá voz à outros autores fãs da série (todas apenas em inglês).

sexta-feira, 22 de março de 2013

Compre aqui sua antologia literária

Você conhece as antologias de contos da Andross Editora?
Não? Você nãosabe o que esta perdendo.
Veja abaixo dois exemplos:

Ambos trazem um conto meu (um em cada).
O "Quimera" é uma coletânea de contos fantásticos que reúne as mais diversas criaturas do mundo extraordinário, em tramas escritas por narradores envoltos pela magia do contar. Por vezes, você será transportado para cenários insólitos. Em outros momentos, serão as criaturas do extraordinário que invadirão seu mundo. Nas páginas de “Quimera”, você encontrará acontecimentos estranhos ao entendimento natural humano, que vão do absurdo kafkiano ao horror gótico. Também encontrará tramas de ficção científica que o levarão a lugares jamais explorados. Aventure-se pelas histórias fantásticas de “Quimera”. Ao final da leitura, perceberá que a criatura mais insossa do universo é o próprio homem. Ou não.

O "Sopa de Letras" traz uma ideia divertida, a organizadora diz:
 Uma das melhores coisas da vida é saborear uma reconfortante sopa caseira, preparada com carinho por nossa mãe ou pela avó-coruja. E se for de letrinhas, melhor! Ganhamos em diversão nas inúmeras tentativas de formar palavras e buscar significados. Uma brincadeira que nos liga à leitura e à escrita, que indiretamente nos remete à tecelagem de frases, sentidos, textos e, quem sabe, histórias. Letras traduzem sentimentos, revelam sensações, defendem ideias, mexem com a imaginação do leitor. Cativam e conquistam. Têm poder. Nesta antologia, elas contam as mais diferentes histórias, letras escritas por vários autores com total liberdade para escolher a própria temática. Contos e crônicas reunidos numa ampla e intrigante sopa de letrinhas.

Quem se interessar em adquirir um exemplar de algum dos livro acima, entre em contato pelo e-mail: tauanggomes@gmail.com
Preço: R$25,00 (cada)
Frete: Grátis

quarta-feira, 20 de março de 2013

Campo de Tarragona - João Cabral de Melo Neto

Do alto da torre quadrada
da casa de En Joan Miró
o campo de Tarragona
é mapa de uma só cor.

É a terra de Catalunha
terra de verdes antigos,
penteada de avelã
oliveiras, vinha, trigo.

 No campo de Tarragona
 dá-se sem guardar desvãos:
como planta de engenheiro
ou sala de cirurgião.

No campo de Tarragona
(campo ou mapa o que se vê)
a face da Catalunha
é mais clássica de ler.

Podeis decifrar as vilas,
constelação matemática,
que o sol vai acendendo
por sobre o verde de mapa.

Podeis lê-las na planície
como em uma carta geográfica,
com seus volumes que ao sol
têm agudeza de lâmina,

podeis vê-las, recortadas,
com as torres oitavadas
de suas igrejas pardas,
igrejas, mas calculadas.

Girando-se sobre mapa,
desdobrado pelo chão
ao pé da torre quadrada,
se avista o mar catalão.

É mar também sem mistério,
é mar de medidas ondas,
a prolongar o humanismo
do campo de Tarragona.

Foram águas tão lavradas
quanto os campos catalães.
Mas poucas velas trabalham,
hoje, mar de tantas cãs.

sábado, 16 de março de 2013

A Torre Negra: As Terras Devastadas - Stephen King

A história, que começa em uma floresta onde nossos personagens se deparam e lutam com Shardik – um cyborg que tomara a forma de um gigantesco urso –, se passa meses após a escolha dos três na praia do mar Ocidental.
Roland explica que Shardik é, na verdade, um dos guardiões dos 12 portais que dão para dentro e fora do mundo, unidos por seis feixes de luz. Ele acredita que na interseção desses portais pode encontrar a Torre. Assim sendo, o grupo segue o caminho do feixe de luz do urso, aonde resgatam o terceiro escolhido Jake Chambers, um recorrente na saga, que, ao chegar, salva a mente de Roland de se dilacerar.
Prosseguindo a busca, o quarteto chega à cidade de Lud, mas só após encontrar o trapalhão Oi, que terá seu papel na histporia. Lud é uma cidade decadente, decrépita e em rápida degeneração devido à guerra; é controlada por duas gangues rivais, os Pubes e os Grays, que vivem um interminável conflito territorial. Chegando lá, Jake é sequestrado por um subordinado de Andrew Quick ou Homem do Tic-Tac.
Roland vai em seu encalço com a ajuda de Oi, e também da força mental entre os membros do ka-tet. Susannah e Eddie tentam encontrar o Berço de Lud, aonde vive o monotrilho Blaine, um dos mais perigosos demônios. Esse monotrilho pode levá-los até a Torre, no entanto, o Berço é apenas a fachada de uma complexa rede de computadores que se estende por todo o subterrâneo de Lud, controlada por Blaine, um trem nada comum, habitado por um espírito malévolo e enlouquecido pelo tempo.
A história termina com Blaine seguindo rumo a Topeka, para suicidar-se e matar todos os companheiros. Roland propõe a ele a liberdade do Ka-tet, se conseguirem apresentar ao menos uma adivinhação que Blaine não consiga resolver.
Neste ponto da história, eu percebo nitidamente como King a aprimorou com o tempo; esta é uma narrativa muito mais bem feita e emocionante que as anteriores (O Pistoleiro e A Escola dos Três).

quarta-feira, 13 de março de 2013

Morte Súbita - J. K. Rowling

É, ela está de volta!
Nem preciso falar nada sobre as qualidades da autora ou a grandiosidade de sua obra.
Morte Súbita é inicialmente descrito como o primeiro romance adulto de Rowling. Isso fica evidente por várias razões, como a idade dos personagens centrais (que, diferentemente da série Harry Potter, vária de adolescentes a senhoras de meia idade), a complexidade psicológica dos personagens e de suas interações sociais.
A história começa com a súbita morte do Conselheiro Barry Fairbrother aos quarenta e poucos anos, deixando a pequena cidade de Pagford em estado de choque.
A aparência idílica do vilarejo, com uma praça de paralelepípedos e uma antiga abadia, esconde uma guerra eminente.
Ricos em guerra com os pobres, adolescentes em guerra com seus pais, esposas em guerra com os maridos, professores em guerra com os alunos… Pagford não é o que parece ser à primeira vista.
A vaga deixada por Barry no conselho da paróquia logo se torna o catalisador para a maior guerra já vivida pelo vilarejo. Quem triunfará em uma eleição repleta de paixão, ambivalência e revelações inesperadas? Com muito humor negro, instigante e constantemente surpreendente, neste novo livro a autora mostra novas qualidades literárias.

sábado, 9 de março de 2013

A Volta para Casa - Bernhard Schlink

Este livro é descrito como literatura alemã contemporânea. Sendo assim, eu, decididamente, não gosto de literatura alemã contemporânea.
O livro, que é narrado na primeira pessoa (já não gosto muito), conta a trajetória do jovem Peter Debauer. Órfão de pai, criado por uma mãe com a qual tem uma relação distante, o menino passa férias na Suíça com os avós paternos, editores de romances populares. Ao usar o verso de provas tipográficas como rascunho, descobre o texto de um romance que narra o regresso para casa de um soldado alemão, Karl, sobrevivente do front russo. 
Peter fica obcecado pela história, de autoria desconhecida, e na vida adulta, começa a investigar quem é o escritor. Ao mesmo tempo quer descobrir quem é seu pai, supostamente morto. Quando está para se casar, Peter encontra problemas com a documentação, que o obrigam a investigar, agora sistematicamente, sua filiação.
O romance, eu admito, não é apenas pontos fracos, há uma história de investigação centrada no velho tema do "manuscrito misterioso", como pano de fundo, temos a realidade de nosso tempo e também são constantes as referências à Odisseia, de Homero (um excelente texto). Mas a verdade é que o livro é chato, é desinteressante, você custa a virar as páginas...

quarta-feira, 6 de março de 2013

Tecendo a Manhã - João Cabral de Melo Neto

Um galo sozinho não tece a manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro: de um outro galo
que apanhe o grito que um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzam
os fios de sol de seus gritos de galo
para que a manhã, desde uma tela tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.

E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão.

sábado, 2 de março de 2013

A Casa da Floresta - Marion Zimmer Bradley

MZB, sempre MZB.
Esse novo romance de Marion Zimmer Bradley, que é especialista em tradições pagãs e na luta das mulheres por ter direito ao seu lugar, tem predileção pelo primeiro milênio cristão, no qual desenvolve suas histórias repletas de amor, traições, combates e rituais,  traz, mais uma vez, uma fascinante narrativa de revolta e religiosidade, em que destacam-se os ritos ancestrais e o espírito indestrutível de um povo ligado à terra e suas magias.
A casa da floresta é mais um capítulo da batalha de antigas seguidoras da Deusa contra a dominação falocêntrica. A empolgante narrativa tem como pano de fundo a luta dos romanos para garantir suas conquistas na Britânia e a dos druidas para manter a paz.
Marion conta a história do amor proibido entre um homem e uma mulher que se vêem separados por duas culturas. De um lado Eilan, filha e neta de druidas, que sempre almejou um lugar como sacerdotisa e do outro Gaius Macellius Severus Siluricus, filho de um prefeito romano e oficial das legiões. Com o passar da páginas assistimos ao desenvolvimento dos personagens, às transformações pelas quais eles passam e às que eles causam.
Também é importante notar que são algumas das sacerdotisas da Grande Deusa que viviam na Casa da Floresta, até então invioláveis e a salvo dos legionários e do poder de Roma, e que fogem para fundar um reduto onde possam sobreviver em paz, Avalon, palco do desfecho da série.