sábado, 28 de abril de 2012

Tripulação de Esqueletos - Stephen King

Ê he he! Esse sim é um daqueles livros realmente bons. Do tipo que dá vontade de reler. E nele há até algumas passagens que podem dar medo.
Trata-se de uma coletânea de contos, cerca de vinte contos, sendo o primeiro, ''O Nevoeiro", o maior com mais de 200 páginas e o décimo quinto o mais curto, com apenas duas.
Os assuntos abordados são os mais diversos (tipicamente King), desde um misterioso denso nevoeiro recheado de criaturas sinistras e famintas, até conversas malucas sobre escritores, passando por uma festa de casamento das mais loucas, um macaco mal assombrado e com tendência homicidas, teletransporte (ficção científica da boa), e (Ah cara! e nesse ele se supera!) pseudocanibalismo; todos os contos com a peculiar capacidade do autor de fazer com que cenas grotescas e tornem irresistíveis e que fiquem gravadas na mente.
Uma coisa interessante no livro é que no final o autor conta uma breve história sobre a criação e a trajetória de alguns dos contos do livro, isso faz com que você os aprecie mais ao ler.

sábado, 21 de abril de 2012

O Recurso - John Grisham

Este foi o meu segundo livro do autor, e se mostrou bem melhor que o primeiro (O Advogado).
Apesar de não poder ser comparado a autores como Sidney Sheldon ou Danielle Steel, neste livro Grisham se revela realmente um bom escritor.
Este livro tem mais ritmo, é mais envolvente e trata de um tema mais interessante que o anteriormente citado.
O autor consegue desenvolver dua tramas paralelas sem deixar o livro confuso ou enfadonho, e melhor, no final ele revela que as duas tramas são na verdade interligadas! Porém a falha do autor está em ser prolixo, ele prolonga muito a história, que por exemplo poderia ser reescrita passando de 380 para 250 páginas, sem prejudicar o desenvolvimento das histórias abordadas, apenas "enxugando" o texto.
As histórias contadas são a de um jovem casal de advogados que, à beira da falência, lida com um caso especialmente difícil e promissor; e a da eleição para o cargo de juiz da suprema corte do Mississipe, uma disputa acirrada cujos atores principais atuam atras da cortina.
Enfim, temas tipicamente americanos e polêmicos.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

O Lutador - Manuel Bandeira

Buscou no amor o bálsamo da vida,
Não encontrou senão veneno e morte.
Levantou no deserto a roca-forte
Do egoísmo, e a roca em mar foi submergida!

Depois de muita pena e muita lida,
De espantoso caçar de toda sorte,
Venceu o mostro de desmedido porte
- A ululante Quimera espavorida !

Quando morreu, línguas de sange ardente,
Aleluias de fogo acometiam,
Tomavam todo o céu de lado a lado.

E longamente, indefinidamente,
Como um coro de ventos sacudiam
Seu grande coração transverberado!

sábado, 14 de abril de 2012

Tio Tungstênio: memórias de uma infância química - Oliver Sacks

A obra do neurologista Oliver Wolf Sacks, apesar de ser difícil de se definir, trata-se de uma autobiografia, em que o autor descreve o nascimento de sua paixão pela ciência. Contendo fotos e ilustrações ao início de cada um dos seus 12 capítulos, além de uma Tabela Periódica em página dupla e índice remissivo, o descreve as experiências e observações do autor desde muito jovem até a sua adolescência, durante o período da Segunda Grande Guerra.
O autor conta como teve a liberdade e até mesmo foi estimulado a montar, ele mesmo, um laboratório em casa, e como teve acesso a diversos materiais disponibilizados por seus tios, industriais nas áreas da química e da física, e pelas lojas de produtos químicos a varejo. Neste laboratório caseiro, o jovem Sacks realizou experiências que poucos dos profissionais da química de hoje em dia tiveram a oportunidade de realizar e outras que são comuns nos laboratórios de ensino, de hoje em dia.
É com paixão que ele descreve (relembra) o seu deslumbramento ao se deparar com os grandes feitos de cientistas tais como Davy, Boyle, Bohr, Mendeleiev, Rutherford, o casal Curie, Moseley, Cannizzaro, Faraday, Dalton, Priestley e Bunsen.
Sua forma leve de escrever faz do livro uma leitura fácil e agradável, embora repleta de conceitos fundamentais da química; por vezes, principalmente quando o autor fala de sua família, o livro adquiri um tom emocionante. Seus capítulos sobre tabela periódica e radioatividade são dignos de figurar em qualquer livro de química.
Tio Tungstênio relata uma infância química prazerosa em meio aos gases, metais, compostos fedorentos e explosões.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Continuação: Deixados para Trás - Tim LaHaye e Jerry Jenkins

Para geral desagrado, os parágrafos continuam não justificados!
O quarto livro começa de onde parou o terceiro e o quinto de onde parou o quarto, dando uma ideia de continuidade à história.
Durante o quarto livro, enquanto eles tanto falavam sobre a tal Ira do Cordeiro não pude deixar de imaginar um carneirão raivoso correndo e tocando as tais cornetinhas do apocalipse. Também neste livro, os personagens centrais, Buck e Steele, parecem esquecer a missão de deter o anticristo (pela qual estavam obcecados) para procurarem suas respectivas esposas, desaparecidas no terremoto (a birra da ovelha revoltada).
O quinto livro, cuja trama gira em torno da reunião dos novos cristãos, tem lá seus bons momentos, principalmente nas cenas de ação ou nos atos de Nicolae. Mas nele também ficam claros os pré-conceitos e discriminações do cristianismo, por exemplo, quando Buck se refere à decadência de Jerusalém citando as mulheres de vida noturna.
Ainda no quinto livro ocorre o quinto julgamento, o primeiro dos três terríveis ais, uma praga de híbridos entre gafanhotos escorpiões, que deve perseguir os que não (sofreram lavagem cerebral) se converteram ainda. Parece justo né?

Neste ponto eu diria que a série serie muito boa caso fossem retiradas as pregações.

Confira as demais resenhas da série:
Livro 1
Livros 2 e 3
Livros 6 e 7

sábado, 7 de abril de 2012

As Esganadas - Jô Soares

Jô Soares volta a nos entreter com mais uma obra repleta de humor, informações históricas e sua peculiar tendência ao bizarro.
Neste romance ambientado no Rio de Janeiro de 1938, tem como planos de fundo, além dos habituais cenários do Distrito Federal, a implantação do Estado Novo de Vargas, a Copa do Mundo de 38, as internacionais movimentações pré 2º Guerra, e corridas automobilísticas. Nele um assassino esta à solta, um homem louco (porém habilidoso), que além de matar, tortura suas vítimas, que são sempre mulheres gordas.
Mulheres gordas, e lindas, como a própria mãe – a primeira a ser assassinada. Os homicídios são sempre por comilança, elas as mata usando receitas lusitanas, temperadas com sádico humor cáustico.
No encalço desse psicopata, estão o delegado ranzinza Mello Noronha, seu auxiliar medroso Calixto, o ex-inspetor português Tobias Esteves, e a jornalista aventureira Diana de Souza. Um time bem heterogêneo, mas de inestimado valor.
O livro todo é uma gostosura de se ler, mais uma vez Jô Soares consegue narrar crimes brutais, com requintes de crueldade, e ainda deixar o leitor com sorriso satisfeito nos lábios (aconteceu várias vezes).
O desfecho é, como sempre, desconcertante!

Faço única ressalva: a linguagem utilizada pelo autor é, as vezes, exageradamente rebuscada.