sábado, 29 de setembro de 2012

Os Sete - André Vianco

Depois de dois anos de blog, só agora resolvi postar esta resenha, há muito já escrita. Brasileiríssimo e de extremo sucesso, o livro narra a história de sete vampiros portugueses que são acordados no Brasil séculos depois de serem aprisionados em sua terra natal (na verdade, neste primeiro livro o foco fica mais em Inverno).
Tudo começa com mergulhadores que encontram uma caravela naufragada no litoral do Rio Grande do Sul e dela retiram uma imensa caixa de prata. Quando, apesar das advertências grafadas no objeto de prata, a equipe do Departamento de História da Universidade de Porto Alegre decide abrir a caixa encontram dentro dela sete corpos ressequidos, que revelam serem os vampiros do Rio D'Ouro.
Eles são: Inverno, Acordador, Tempestade, Lobo, Espelho, Gentil e Sétimo, que possuem poderes sobrenaturais, além das clássicas vida eterna, força e velocidade; poderes como: invocar um frio infernal capaz de fazer nevar no Brasil, acordar os mortos, assumir a aparência de outra pessoa, controlar o clima, parar o tempo, entre outros.
Recomendo muito o livro, não só pela excelente narrativa, mas também pela história que pecedeu sua publicação.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Lendas do Mundo Emerso: O Destino de Adhara - Licia Troisi

Logo no primeiro capítulo o leitor já se lembra porque acompanha as séries do Mundo Emerso ao se deparar com a fluência narrativa de Licia Troisi.
Neste início de saga enquanto lhe é apresentada Adhara, nossa bela e desmemoriada heroína, sozinha e perdida no meio do nada, é com maestria que a autora transite o desespero da personagem.
Nos vemos de volta à Terra do Vento, para começar mais uma aventura no Mundo Emerso, que vive um período de paz, desde a queda de Dohor, cinquenta anos antes.
É próximo à Salazar, a capital da Terra do Vento, que Adhara começa a vagar, sem rumo, até que topa com Amhal, um jovem Cavaleiro de Dragão que é atormentado pelas sombras de seu passado e por uma escuridão interior. Ele a ajuda a encontrar um rumo a seguir em busca de seu passado.
É também ao lado dele que Adhara começa a descobrir aos poucos que possui poderes e habilidades incomuns.
Somos conduzidos, através da páginas, observando três focos de ação (que as vezes se cruzam): o de Adhara e Amhal ; o do homem de preto, um misterioso personagem que parece perseguir Amhal; e o de velhos conhecidos, onde reencontramos Dubhe, Learco e Theana, lutando para manter a paz que conquistaram
No decorrer da história descobrimos que o homem de preto é San, o neto de Nihal, que estava autoexilado e acabara de retornar ao Mundo Emerso. Mas a maior revelação é o seu nefasto objetivo, bem como as pífias ações por ele cometidas.
E no final, se revela o rumo que o eterno maniqueísmo que determina o rumo deste mundo se revela, deixando-nos estupefatos, à espera do segundo volume.

sábado, 22 de setembro de 2012

1822 - Laurentino Gomes

Como um homem sábio, uma princesa triste e um escocês louco por dinheiro ajudaram D. Pedro I a criar o Brasil – um país que tinha tudo para dar errado.
Este livro promete revelar essa história.
Mais do que um romance histórico, uma biografia de D. Pedro I. Até mais do que isso, ele traça um resumo biográfico dos personagens principais, porém menos conhecidos, de nossa independência: o homem sábio, José Bonifácio de Andrada e Silva, que também era químico e incentivador das ciências; uma princesa triste, Dona Leopoldina, cuja história, triste e bela, eu não conhecia; e um escocês louco por dinheiro, Thomas Alexander Cochrane, o mais desconhecido de todos.

Pessoalmente, acho bonito ver a história do Brasil ser (re) conhecida e procurada pelos brasileiros, já que temos fama de ser desinformados e desinteressados por nossa história. Os livros de Laurentino Gomes têm contribuído para isso.
Infelizmente eu ainda não li o primeiro livro do autor, 1808, pois eu li fora da ordem cronológica; mas assim que eu ler, posto aqui também.

Mas faço uma ressalva, em conversa com amigos historiadores descobri que o autor não é bem visto entre eles por fazer algumas generalizações e pela escolha de certos temas.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Belo Belo - Manuel Bandeira

Belo belo minha bela
Tenho tudo que não quero
Não tenho nada que quero
Não quero óculos nem tosse
Nem obrigação de voto
Quero quero
Quero a solidão dos píncaros
A água da fonte escondida
A rosa que floresceu
Sobre a escarpa inacessível
A luz da primeira estrela
Piscando no lusco-fusco
Quero quero
Quero dar a volta ao mundo
Só num navio de vela
Quero rever Pernambuco
Quero ver Bagdá e Cusco
Quero quero
Quero o moreno de Estela
Quero a brancura de Elisa
Quero a saliva de Bela
Quero as sardas de Adalgisa
Quero quero tanta coisa
Belo belo
Mas basta de lero-lero
Vida noves fora zero.

sábado, 15 de setembro de 2012

Fallen - Lauren Kate

No primeiro livro da série de mesmo nome conhecemos Luce, uma garota que, após a misteriosa morte de um amigo, é obrigada ir para um reformatório, a Escola Sword & Cross, onde as salas de aula têm uma única janela do tamanho de um envelope, coberta por limo e com vista para um imenso mausoléu num cemitério. O que dá uma bela noção do cenário.
Lá ela percebe que só verá a família em feriados (o que ela nem lamenta tanto), só poderá fazer uma ligação por semana e que tudo na Sword & Cross é bem diferente do que ela estava acostumada.
Entretanto, como se trata de um romance adolescente, logo ela começa a se enturmar e, como não podia deixar de ser, se interessa por alguns garotos da escola. Um desses garotos é Daniel Grigori, um jovem solitário e enigmático, que parece ignorá-la completamente apesar da sensação de reconhecimento entre eles. Outro garoto que desperta sua atenção é Cam, superatencioso e prestativo, ele parece estar sempre ali para tornar seu dia melhor.
O livro segue o enredo de romance teen até os últimos capítulos, quando a trama se revela e os anjos começam a lutar.
A escritora P. C. Cast diz que o livro é "sexy, sublime e assustador"; bom eu não diria sublime, mas há sim um quê de sexy e assustador (minhas palavras, na verdade, seriam sensual e sombrio); mas o legal é que o livro foge um pouco do padrão.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

As Crônicas de Gelo e Fogo: A Fúria dos Reis - George R.R. Martin

Neste segundo livro, a trama se adensa. Ao mesmo tempo em que a história prossegue de onde termina em A Guerra dos Tronos, há muitas referências à história pregressa dos Sete Reinos, sobre eventos anteriores ao tempo que As Crônicas de Gelo e Fogo narram, uma destas revelações que mais me interessaram foi a narrativa da execução de Rickard e Brandon Stark (pai e irmão mais velho de Ned, respectivamente) pelo Rei Louco Aerys Targaryen – uma das causas que levaram à rebelião de Robert.
Temos também alguns novos personagens, e alguns destes têm Capítulos POV (do inglês Point of View = Ponto de vista), ou seja, partes da história é narrada da perspectiva desses personagens, como Sor Davos Seaworth, um cavaleiro a serviço de Stannis Baratheon, e Theon Greyjoy, já velho conhecido, mas que agora passa a desempenhar um papel mais importante na história.
No total, coexistem seis Reis nos Sete Reinos: quatro que pretendem governar todo Westeros: Joffrey Baratheon (apoiado pelos Lannister), Stannis Baratheon (apoiado primeiramente apenas por seus vassalos em Pedra do Dragão), Renly Baratheon (apoiado pelos vassalos de Ponta Tempestade e pela casa Tyrell) e Daenerys Targaryen (apoiada por seu khalasar e seus dragões); e dois disputando o governo das terras do norte: Robb Stark (apoiado por todos os Senhores do Inverno e pelos Senhores da Travessia) e Balon Greyjoy (apoiado por seus vassalos). Mas nem todos chegam ao fim do livro...
Em Porto Real, enquanto a cidade se prepara para ser sitiada, Tywin Lannister (que fora nomeado Mão do Rei) manda seu filho Tyrion para assumir seu cargo enquanto ele faz guerra com os Stark. Tyrion enfrenta a irmã para tentar guiar o sobrinho Joffrey pelo caminho certo (ou o melhor possível).
No norte, enquanto Winterfell está desprotegida durante a guerra nas terras fluviais, os Greyjoy atacam e tomam o castelo.
Há ainda o misterioso cometa vermelho que cruza o céu de Westeros, para o qual cada um parece ter uma razão de ser: cada lado da grande guerra civil o interpreta como um presságio de vitória, os irmão da Patrulha da Noite o chamam de Archote de Mormont, que ilumina a incursão ao norte da Muralha, e longe de Westeros, Daenerys, Mãe de Dragões, se guia para encontrar um lugar seguro.

A editora Leya fez um bom trabalho, o livro é resistente de qualidade, além de ter um cheiro ótimo.

sábado, 8 de setembro de 2012

O Capitão Tormenta - Emilio Salgari

O Capitão Tormenta é uma ótima história de aventura, com lutas de espadas, combates ferozes e difíceis navegações, sucedendo-se uns aos outros e conquistando o interesse do leitor. Um tipo de história raramente encontrada na literatura contemporânea, uma constante de ação, introduzida com naturalidade por Salgari.
O livro, publicado 1905, tem como protagonista uma mulher que luta e lidera exércitos disfarçada de homem. O Capitão Tormenta é na realidade a Duquesa Eleonora, d’Eboli, uma italiana que se faz passar por homem para poder lograr êxito na tarefa de resgatar o seu amado, o visconde Le Hussière, das mãos dos turcos. Ambientada no século XVI, durante o assalto dos Turcos aos últimos focos de resistência do Mediterrâneo, a história mostra o Capitão Tormenta destacando-se como corajoso cavaleiro, respeitada até pelos adversários.
Entre os personagens principais estão o Capitão Tormenta/Eleonora, o Leão de Damasco (que desempenha um papel ambíguo), El-Kadur, o escravo apaixonado por sua ama e a ambiciosa Haradja.
Este é também um daqueles livros em que se pode, além de aproveitar uma agradável leitura, aprender história e geografia (principalmente geopolítica).
Trata-se de mais um livro desencavado da velha e poeirenta biblioteca de meu avô, na edição de 1972.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Trem de Ferro - Manuel Bandeira

Hoje completo 21 anos, e nesta data simbólica, gostaria de relembrar um poema de minha infância:

Café com pão
Café com pão
Café com pão

Virge Maria que foi isso maquinista?

Agora sim
Café com pão
Agora sim
Voa, fumaça
Corre, cerca
Ai seu foguista
Bota fogo
Na fornalha
Que eu preciso
Muita força
Muita força
Muita força

Oô...
Foge, bicho
Foge, povo
Passa ponte
Passa poste
Passa pasto
Passa boi
Passa boiada
Passa galho
Da ingazeira
Debruçada
No riacho
Que vontade
De cantar!
Oô...

Quando me prendero
No canaviá
Cada pé de cana
Era um oficiá
Oô...
Menina bonita
Do vestido verde
Me dá tua boca
Pra matar minha sede
Oô...
Vou mimbora vou mimbora
Não gosto daqui
Nasci no sertão
Sou de Ouricuri
Oô...

Vou depressa
Vou correndo
Vou na toda
Que só levo
Pouca gente
Pouca gente
Pouca gente...

sábado, 1 de setembro de 2012

O Vale do Terror - Sir Arthur Conan Doyle

Não acredito que deixei passar tanto tempo para escrever alguma resenha sobre as aventuras de Sherlock Holmes. Antes tarde do que nunca...
O livro começa, como de costume, com Holmes desvendando uma rápida charada, que serve para demonstrar aos leitores a acuidade mental e o brilhante método dedutivo do nosso personagem.
Após esse pequeno passa tempo, nosso herói se depara com o verdadeiro mistério em questão. Neste caso, trata-se de um misterioso assassinato em Sussex, para o qual provas parecem ter sido forjadas, e suspeitos inventados.
Tudo fica mais interessante ainda quanto o suposto assassinado “ressuscita” e traz à tona a história do Vale do Terror: um vale perdido entre as montanhas da Califórnia, onde os Vingadores, impiedosos assassinos de uma sociedade (não tão) secreta, ditam as regras sob dura violência.
Holmes é constantemente adaptado para o cinema, a televisão, o teatro e até mesmo por outros romancistas; mas é raro ver uma atuação que faça jus ao personagem.