sábado, 27 de julho de 2013

O Assassinato de Roger Ackroyd - Agatha Christie

Daqueles maravilhosos livros em que a autora mostra toda  magnificência criativa e narrativa (e seu estilo, inegavelmente britânico); agradabilíssimo de ser lido o som d'Os Concertos de Brandemburgo, do compositor alemão Joham Sebastian Bach.
Neste romance, Poirot, que se retirara para uma pacata vila britânica de Kings About (uma cidadezinha do interior da Inglaterra onde a fofoca é o passatempo preferido) é arrastado à investigarão do assassinato do rico industrial Roger Ackroyd, que pode estar relacionado com outras duas mortes suspeitas.
Recentemente, o grupo da má língua, liderado por Caroline Sheepard, irmã do prestigiado doutor James Sheepard, andava especulando sobre o relacionamento da então viúva Miss Ferrars e de Mr. Ackroyd.
Após a repentina morte de Miss Ferrars Ackroyd revela a Sheepard que esta matara o marido e estava sendo chantageada, e que em uma carta que acabara de receber ela lhe revelava o nome do chantagista.
Com a ajuda do Doutor Sheepard, Poirot passa a investigar o crime, cometido com a sua própria adaga da vítima. A investigação é tortuosa e Poirot concebe que cada um tem uma mão no assunto.

O final só não é mais inesperado que o de Cai o Pano.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

O Avelós - João Cabral de Melo Neto

Uma cerca viva existe
pelo incinerado Nordeste
(a quem o Sul dá sequer
a hora do relógio se a pede)
e que se conserva verde
quando ao redor tudo no Agreste
quartas-feiras de cinza
retira dos baús e veste.
Não é verde para mentir
o incinerado em volta, é adrede:
dá um leite que queima
quem é de fora  a desconhece.

sábado, 20 de julho de 2013

Esfinge - Robin Cook

Mais um do mestre do thriller médico, mesmo que fora de seu elemento.
Esfinge é um dos mais célebres romances de Cook, um dos primeiros de sua bem-sucedida carreira literária, e conta a aventura que Erica Baron vive, ao conseguir, finalmente, realizar o grande sonho da sua vida: fazer uma viagem até ao Egito. Ela é uma egiptóloga e há muito que ambiciona caminhar por entre os magníficos templos e monumentos daquela civilização extinta há já tanto tempo, alvo de seu estudo por oito anos. 
Ela não imagina, porém, que esse sonho iria se transformar num verdadeiro pesadelo em que ela correria grande perigo:
Ao encontrar uma pista que poderia conduzir a tesouros lendários, a mais terrível das maldiçoes do Mundo Antigo alia-se à uma das mais selvagens do mundo moderno.
Tudo começa com uma antiga estátua exposta numa loja do Cairo, através da qual Erica acredita ter descoberto a chave para um tesouro intocado.
Em seu caminho, ela encontra figuras misteriosas e sedutoras:
Yvon Julien de Margeau, um cavalheiro que se dedica a acabar com o mercado negro... pelo menos é o que ele diz;

Ahmed Khazzan, o diretor do Serviço Nacional de Antiguidades do Egito, que tem suas mãos o poder de impedir o comércio ilegal... ou dominá-lo;

Stephanos Markoulis, um traficante de objetos roubados e assassino, fato de que até Erica tem conhecimento. Contudo, ela precisa usá-lo... antes que ele a use.

Richard Harvey, o noivo de Erica, que no seu desejo de dominá-la torna-se um constante empecilho ao seu trabalho.

Outros títulos do autor:
Febre;
Cérebro;
Coma.

sábado, 13 de julho de 2013

Os Filhos de Húrin - J. R. R. Tolkien

O livro conta uma história que se passa eras antes da lendária saga d'O Senhor dos Anéis; nela um poderoso espírito dominado pelo primeiro Senhor do Escuro, Morgoth, ameaça a vida dos jovens Filhos de Húrin.
Morgoth habita na vasta fortaleza de Angband, ao norte, à sombra da qual, e da guerra travada por Morgoth contra os elfos, os destinos de Túrin e de sua irmã Niënor serão tragicamente entrelaçados.
A vida dos dois irmãos é dominada pelo ódio visceral que Morgoth senta por eles, os filhos de Húrin, o único homem que ousara desafiá-lo frente a frente. Contra eles, Morgoth envia seu mais temível servo, Glaurung, um poderoso espírito na forma de um enorme dragão de fogo sem asas, numa tentativa de cumprir sua maldição e destruir os filhos de Húrin.
Esta história é considerada a mais sombria escrita por Tolkien. Para mim, este livro, que é mais uma obra organizada por Christopher Tolkien e publicada (muito) depois da morte de seu pai, é desnecessário. A mesma história já fora contada em Contos Inacabados; o que leva a pensar que a publicação de mais este livro foi movida ou por um enorme divinização do próprio pai, ou por uma grande ambição (do tipo financeira mesmo!).
A verdade é que o livro até que é bom (para os que toleram o desgastante estilo narrativo de Tolkien), mas pode, por sua redundância, obliterar os Contos Inacabados, muito mais valiosos.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

O Artista Inconfessável - João Cabral de Melo Neto

Fazer o que seja é inútil.
Não fazer nada é inútil.
Mas entre fazer e não fazer
mais vale o inútil do fazer.
Mas não, fazer para esquecer
que é inútil: nunca o esquecer.
Mas fazer o inútil sabendo
que ele é inútil, e bem sabendo
que é inútil e que seu sentido
não será sequer pressentido,
fazer: porque ele é mais difícil
do que não fazer, e dificil-
mente se poderá dizer
com mais desdém, ou então dizer
mais direto ao leitor Ninguém
que o feito o foi para ninguém.

sábado, 6 de julho de 2013

A Torre Proibida - Marion Zimmer Bradley

A história, que é meio que continuação d'A Espada Encantada, conta como quatro pessoas – dois homens, Damon Ridenow da casta dominante dos Comyn e Andrew Carr, o terrestre que conquistara o direito de ingressar no clã, e suas mulheres Ellemir, esposa de Damon, e a sua irmã gémea Callista, que renunciou aos seus votos para procurar o amor com o estranho vindo das estrela – desafiam o poder dos círculos da matriz.
O começo do livro é apenas um relato do cotidiano dos personagens, suas respectivas trajetórias até o momento de tensão que desencadeia a ação. Ao mesmo tempo, é nesse início que percebemos alguns dos pontos que os levam à revolta.
Revolta contra uma tradição que perdeu sua origem, contra os fanáticos que protegiam essas tradições; um levante contra os próprios preconceitos e medos.
Todas as forças de Darkover, das leroni das Torres aos lordes do Conselho Comyn, se unem para resistir a essa aliança "anormal".
Os quatro personagens descobrem-se unidos num só organismo de laran, em novo um círculo de matriz, uma família. Unidos contra o autoritarismo que permeia toda a sociedade darkovana. Este confronto resulta em uma surpreendente batalha mental no mundo superior entre a Torres de Arilin e a Torre Proibida, erguida por Damon.

Mas cabe uma advertênca, o livro pode não agradar aos falsos moralistas pelo modo explícito, verdadeiro e direto que trata de sexualidade e de intimidade.