sábado, 30 de julho de 2016

Rose Madder - Stephen King

Rose McClendon Daniels vive um casamento que é um pesadelo. Há catorze anos ela é a esposa de Norman Daniels, um policial cujo hobby é espancar a mulher. Nas mãos dele ela já perdeu três dentes, teve o pulmão perfurado por uma costela quebrada, e, de tanto levar golpes nas costas, teve os rins danificados de tal modo que se acostumou a encontrar traços de sangue na urina. Mas a pior das agressões foi a que culminou em um aborto, nove anos antes de ela perceber que se não interrompesse aquilo, ele a mataria.
Um dia, por causa de mais uma surra como tantas outra antes, ela tem uma epifania motivada por uma gota de sangue, seu sangue, manchando o lençol da cama, e resolve mudar o rumo de sua vida.
No meio da manhã, enquanto arrumava a casa, ela decide ir embora. De vez. Sim, porque se ela voltasse depois de fugir, ou se ele a recapturasse, seria o fim.
Ela então sai de casa com a roupa o corpo, o cartão do banco dele e a determinação de salvar a própria vida. No caminho, várias vezes tem de lutar contra o medo de ser pega no pulo, e ao alcançar a rodoviária, mal tem noção de para onde está indo. Para longe, é a única certeza.
Em uma nova cidade, perdida em meio à confusão de uma metrópole, ela encontra o improvável: boas pessoas dispostas a ajudar, e outras mulheres em situação semelhante à dela. Com o apoio de uma organização chamada Filhas & Irmãs, cujo objetivo é amparar mulheres vítimas de violência doméstica, abrigando-as e lhes encontrando empregos, Rose recomeça sua vida, novamente como Rosie McClendon.
Norman, por outro lado, não consegue continuar sua vida e lidar com a rejeição. Ele tem a compulsão de caçar a mulher e dar-lhe uma lição.

sábado, 23 de julho de 2016

Assassinato na Casa do Pastor - Agatha Christie


Um dia antes de o coronel Protheroe quatro pessoas fazem ameaças veladas contra ela, incluindo o pastor de St. Maey Mead — em cuja casa é encontrado o corpo e que narra a história —, que logo no primeiro capítulo desabafa em um almoço de família que o mundo seria um lugar melhor sem a presença do coronel.
A filha, e herdeira, do coronel, Lettice, também comenta que as vezes tem vontade de matar o pai; além da esposa, madrasta de Lettice, e de seu amante, o pintor Lawrence Redding, que já entrara em atrito com o coronel diversas vezes.
A própria Miss Marple, imune a qualquer suspeita, reconhece que é de pouco se lamentar a perda de uma figura tão odiosa. É também na presença de Miss Marple (que afa sua estreia neste romance, como uma velhinha xereta e tagarela) que é comentado o fato de a primeira mulher do coronel tê-lo abandonado anos antes.
A autora, então, incrementa a história colocando detetives profissionais e amadores, entre os quais o narrador, Pastor Clement, e a adorável Miss Marple, para investigar o caso, em que vários são os suspeitos, e mais de uma pessoa confessa o crime. 

Assassinato na Casa do Pastor foi o décimo segundo livro publicado por Agatha Christie, dez anos depois de sua estreia. Além de ser destacado por ser a primeira aparição de Miss Marple, chama a atenção pela capacidade da história de não se desgastar, mesmo oitenta e cinco anos depois de usa publicação original.

sábado, 16 de julho de 2016

Nêmesis - Isaac Asimov

Isaac Asimov foi um dos grandes nomes que ajudaram a consolidar a ficção científica como um gênero respeitável no século XX — ao lado de Arthur Clarke, Philip K. Dick e H. G. Wells (que publicou seus clássicos ficção científica nos últimos anos do século XIX, mas influenciou muito o que se escreveu nas décadas seguintes). Suas histórias de expansão espacial e suas três leis da robótica fazem parte do imaginário popular e estão sempre presentes no gênero, nas obras que o sucederam.
Uma das características que mais me admira na obra dele, além da simplicidade de ir direto ao ponto, é a imaginatividade que misturou inteligência artificial, astronomia e política antes da era da internet, e continua atual.
Na década de 1980, Asimov já escrevia sobre o colapso da Terra, não por guerras e pragas, mas por degradação da natureza. Também é marcante, neste e em outros livros seus, a péssima estima (ou até fé) que ele tinha pela sociedade humana, pela cultura humana, tal qual a conhecia.
Em Nêmesis, o autor nos leva a um futuro em que o homem superpovoou nosso planeta até não poder mais; ainda não encontrou outros planetas habitáveis para migrar, mas desenvolveu tecnologias capazes de sustentar a vida humana em bolhas espaciais, super naves que orbitam os planetas no nosso sistema solar, livrando a Terra de parte da população.
As colônias, entretanto, também já estão saturadas. Sem possibilidade de manutenção do sistema vigente, a sociedade começa a lançar olhos para os planetas que orbitam outras estrelas além do Sol.
Nêmesis seria uma dessas estrelas, desconhecida pela maior parte dos astrônomos, seria uma estrela irmã ao nosso sol, mais próxima de nós, e é a escolhida para ser a primeira a receber uma das colônias.
A partir desse roteiro, Asimov constrói uma história sobre lutas, tecnologia, psicologia, espionagem, guerra e amor.

sábado, 9 de julho de 2016

A Casa Pintada - John Grisham

Esse livro desfaz dois esteriótipos, o dos Estados Unidos como um país intensamente urbanizado, moderno, a terra do progresso, e de que John Grisham só escreve sobre advogados.
A Casa Pintada é a história de Lucas Chandler, um garoto de sete anos do Arkansas. A história, que remete à infância do autor, se passa na década de 1950, em uma fazenda de algodão. A família Chandler arrenda a terra de um rico latifundiário para sua plantação de algodão, para sua moradia e alguma plantação de subsistência.
Pelos olhos de Luke, e sua compreensão ingênua de criança, conhecemos o dia a dia de uma família humilde, formada pelos avós e pais de Luke, por ele mesmo e por um tio que está na guerra da Coreia.
Luke, embora jovem, já participa da lida com a terra, desde o preparo, ao plantio e à colheita da safra de algodão. Ele descreve como era dura a tarefa de colher o algodão manualmente, sob o sol forte, durante todo o dia. Ele também revela a relação com os trabalhadores contratados especificamente para o período de colheita, quando o esforço da família não era suficiente para todo o trabalho, e eles precisavam contratar imigrantes mexicanos e habitantes de outras cidades.
Vemos como Luke apreende o mundo, através do rigor e da religiosidade de uma família de batistas; como ele passa a conhecer o mundo e perde parte de sua inocência; como ele enfrenta a desilusão, a pobreza, a violência e o medo.
Grisham é um grande escritor contemporâneo, muito respeitado por outros escritores e querido pelo público, dos quatro livros dele que li até agora, só não gostei de um, mas continuo curioso para ler outros, como o clássico A Firma, um dos primeiros sucessos do autor, e que também foi adaptada para um ótimo seriado homônimo.

sábado, 2 de julho de 2016

O Guardião - Nicholas Sparks


Depois da pesada leitura de um livro sobre a destruição das cidades alemãs durante a Segunda Guerra, nada melhor do que a placidez de Nicholas Sparks.
Sparks fica, nas minhas estante, ao lado de Danielle Steel, que também é famosa por seus romances água com açúcar, de roteiros manjados, mas bem sucedidos. Por menos qualidade literária que tenham os livros dos dois autores, eu não deixo de lê-los.

Em O Guardião, conhecemos Julie Berenson, uma jovem viúva que vive com seu enorme cachorro Dinamarquês (Dogue Alemão), sua única companhia depois da morte prematura do marido, quatro anos antes do início da história.
Não que ela seja solitária e triste. Julie tem bons amigos e um emprego que a mantém ocupada. Na verdade, ela até está tentando voltar a sair, embora, depois de uns poucos encontros, esteja convencida que todos os homens são uns anormais.
É nesse momento de sua vida que ela conhece Richard, um consultor em engenharia que está a trabalho na pequena cidade em que Julie vive, e a conhece quando vai cortar o cabelo no salão onde ela trabalha.
Richard se encanta por Julie imediatamente, e depois de um encontro simples, mas agradável, ela sente que pode ser ele que trará de volta à vida normal.
Entretanto, há outro homem na vida dela, o mecânico Mike Harris, que ela considera como melhor amigo. Mike, por outro lado, gostaria de ser mais que amigo. Há anos ele vê Julie com os olhos de um homem apaixonado. Mesmo com o isentivo de todos os amigos, ele sente que a chegada de Richard é o golpe final nas suas ilusões amorosas com Julie...
Como não poderia faltar em um romance do Sparks, há também um despeitado. Despeitado, no caso. Trata-se de Andrea, a colega de trabalho de Julie que acha que a amiga tem tudo que lhe é negado. A gota d'água foi Richard tê-la escolhido quando Andrea estava bem ali.