sábado, 21 de setembro de 2013

Admirável Mundo Novo - Aldous Huxley

O livro foi escrito há 80 anos e, mesmo assim, tem uma narrativa envolvente e fácil. Só me lembro de ver a ficção científica ser tratada de uma forma semelhante em Robin Cook.
A primeira vez que ouvi falar deste livro foi em um minicurso sobre Química e Literatura no XVI Encontro Nacional de Ensino de Química, onde discutíamos livros com potencial de utilização como ferramentas em nossas aulas de química.
O ano da narrativa é 634 DF (depois de Ford), equivalente a 2497. O Estado científico totalitário zela por todos. Os seres humanos são gerados em laboratórios, em lotes de dezenas por vez. Durante o período de "gestação" eles são artificialmente alterados para que se enquadrem em uma da 5 categorias de humanos: Alfa, Beta, Gama, Delta e Ípsilon (em ordem decrescente de posicionamento social).
Na infância e na adolescência eles são acondicionados hipnoticamente durante o sono a se enquadrarem nessa sociedade inovadora. Para garantir a funcionabilidade do sistema e a felicidade geral, a droga soma é universalmente distribuída em doses convenientes para os usuários.
Família, monogamia, privacidade e pensamento criativo constituem crime. Os conceitos de 'pai' e 'mãe' são meramente históricos (e geram constrangimento). Relacionamentos emocionais intensos ou prolongados são proibidos e considerados anormais (imorais). A promiscuidade é moralmente obrigatória e a higiene, um valor supremo.
Não existe paixão nem religião, apenas uma estranha veneração à Ford.
Mas nem tudo corre como programado. Bernard Marx tem uma infelicidade doentia - acalentando um desejo não natural por solidão. Não vendo mais graça nos prazeres infinitos da promiscuidade compulsória, Bernard quer se libertar. E ele vê em uma visita a um dos poucos remanescentes da Reserva Selvagem, onde a vida antiga, imperfeita, subsiste, a possibilidade de reviravolta.

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