sábado, 14 de março de 2015

O Complô - Heather Grahan

Com descrições longas, porém ricas — que, caso você tenha paciência o suficiente, te ambientam muito bem no cenário da história, um ilha próxima à Miami — e personagens complexos e soturnos, Heather Grahan constrói um thriller policial ambíguo, ora magistral, ora sacal.
Trata-se de um dos livro que eu ganho e que de outra maneira não leria, pois a sinopse não me atrai. Trata-se da história do misterioso desaparecimento de Sheila Warre. Na verdade, a princípio, ninguém ficou surpreso, dado seu envolvimento com drogas, prostituição e canalhas de um modo geral; mas sua amiga Kelsey Cunningham não se resigna e decide iniciar uma investigação por conta própria. A única pessoa que pode lhe fornecer informações seguras é o detetive Dane Whitelaw, ex-amante de Sheila e um homem por quem Kelsey já fora apaixonada.
Whitelaw e as moças foram amigos na infância, e juntamento com outros envolvidos na história formavam um círculo bem fechado de amigos. Embora todos pretendessem permanecer na ilha pra sempre, o destino os separa e só os reúne tempos depois, na lúgubre ocorrência do desaparecimento de Sheila. De volta ao lar, Whitelaw é um detetive particular, está afundado em amarguras e quando é procurado por Kelsey, tenta dissuadi-la, embora seja o único que sabe que Sheila está morta.

O maior defeito, pra mim, está na narração da confusão mental dos personagens. A autora conduz-nos pelos pensamentos de suas criações de modo caótico e confuso. Outros autores também revelam a confusão mental em suas tramas, porém, de modo mais eficaz, como, por exemplo, J. K. Rowling, que prefere narrar de modo organizado e fluído a confusão de seus personagens, passando a noção do quão confuso um problema os deixou, sem nos confundir também; ou Stephen King, que crua narrativas tresloucadas sobre a insanidade, sem nos levar a um estado semelhante.

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